Em 24 de julho, um cristão iraniano chamado Issa Motamadi foi preso por causa de sua fé. O site de notícias francês VoxDei relatou que Issa Motamadi, morador da cidade de Resht, capital da província de Gilan, em breve será julgado por um Tribunal Revolucionário.
Pessoas que têm conhecimento da situação pedem oração por Issa, sua esposa Parvah - ambos convertidos ao cristianismo - e seu filho. Elas também apelam para as organizações de direitos humanos e liberdade religiosa para que intercedam por Issa Motamadi junto ao Ministério das Relações Exteriores.
Enquanto Issa é acusado de apostasia, é provável que uma acusação não-religiosa seja feita contra ele a fim de evitar acusações de perseguição religiosa. O artigo 23 da Constituição do Irã declara: "A investigação de crenças pessoais é proibida e ninguém pode ser molestado ou censurado simplesmente por abraçar uma fé".
Nome cristão
Supostamente, Issa e Parvah atraíram a atenção das autoridades cerca de sete meses atrás, quando decidiram dar a seu filho recém-nascido um nome bíblico cristão. Fontes explicam que isso é interpretado como um sinal de ruptura irrevogável com o islã, já que demonstra que a criança é filha de pais cristãos, para ser identificada como cristã desde o nascimento - não podendo assim ser acusada de apostasia.
De acordo com relatos, Baghani, um oficial do serviço secreto responsável pelas minorias, aconselhou que Issa renunciasse a sua fé e retornasse ao islã, e só então ele seria libertado. Ele afirmou que o juiz não aceitaria nenhuma outra solução. Ele também insinuou que esse caso podia levar a execuções de outros iranianos, já que esse é o procedimento natural entendido como conseqüência da apostasia.
Há rumores de que as autoridades podem também mandar prender Parvah e acusá-la falsamente de tráfico de drogas. A mãe de Issa, que não é cristã, está profundamente traumatizada com esses acontecimentos. A família precisa desesperadamente de um advogado corajoso o suficiente para defender com convicção os direitos religiosos constitucionais de Issa e Parvah.
Existe uma grande preocupação de que o presidente Ahmadinejad possa expandir a perseguição aos cristãos, especialmente os convertidos, enquanto o conflito no Líbano absorve a atenção mundial.
História que se repete
Aqueles que apelam pela defesa dos Motamadis gostariam que os líderes iranianos se lembrassem que há 14 séculos um grupo de muçulmanos escapou da perseguição dos coraixitas em Meca, buscando refúgio na Abissínia cristã (Etiópia). Na Abissínia, os refugiados muçulmanos apelaram para que o imperador Negus lhes desse asilo e liberdade religiosa, com base no que eles apontaram como afinidades entre o islã e a religião de Abraão. O apelo deles foi ouvido e Negus se recusou a entregar os muçulmanos aos coraixitas, mesmo com as tentativas de suborno e oferecimento de prêmios. Assim, os muçulmanos viveram na Abissínia cristã sob a proteção do cristão Negus, em paz e com plena liberdade religiosa.
A experiência da Abissínia se repete amplamente ao redor do mundo hoje. Por exemplo, multidões de muçulmanos xiitas que fugiram da perseguição no Iraque durante o governo de Saddam Hussein encontraram tanto abrigo quanto liberdade religiosa no ocidente "cristão".
Mesmo assim, hoje Issa Motamadi está isolado em uma prisão islâmica em Rasht, acusado injustamente e separado de sua família e amigos simplesmente por causa de sua devoção ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Criador do mundo.
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