No dia 4 de março, poucos dias depois passar cinco dias na prisão com outra testemunha de Jeová, sob acusações que, garante a comunidade, foram fabricadas, Oleg Umarov voltou a ser intimado a depor na delegacia do distrito de Yunusabad, em Tashkent, capital do Uzbequistão. Lá, dois agentes da polícia secreta o pressionaram a renunciar à sua fé, segundo informações fornecidas ao Forum 18 News Service. De Tashkent, Andrei Shirobokov, porta-voz das testemunhas de Jeová, declarou que os fatos recentes são uma tentativa de assustar as testemunhas de Jeová nesse distrito da cidade.
Begzot Kadyrov, especialista chefe do comitê do governo para assuntos religiosos, informou ao Forum 18, de Tashkent, que não sabia da detenção e da pena imposta às duas testemunhas de Jeová nem da pressão da polícia secreta para que Oleg renunciasse à sua fé. Se apelarem para nós, resolveremos a questão, declarou ele.
O transtorno de Oleg e seu irmão na fé Dmitri Plashchev, ambos de Tashkent, começou no dia 23 de fevereiro, quando foram detidos pela polícia na porta de casa, relatou Andrei. Os dois rapazes foram levados para a delegacia de Yunusabad, onde foram espancados e jogados numa cela. No dia seguinte, foram condenados a cinco dias de prisão, pelo artigo183 do código de crimes administrativos, que pune "comportamentos destrutivos. Nossos irmãos foram acusados de supostamente se embriagar e abordar mulheres em público, mas foi tudo fabricado, declarou Andrei ao Forum 18. No tribunal não havia um advogado sequer.
Andrei disse ainda que os pais das vítimas apelaram ao promotor público, mas até o momento não obtiveram resposta.
No dia 4 de março, o diretor de inspeção intimou Oleg para um suposto interrogatório, segundo informou Andrei ao Forum 18. Temendo por sua segurança, Oleg levou seus pais consigo quando compareceu ao gabinete do inspetor. Estavam presentes duas autoridades da segurança nacional, uma das quais apresentou sua carteira de identidade em nome de Lapshev, tenente sênior de segurança nacional. Andrei contou que os dois agentes secretos tentaram obrigar Oleg a assinar uma declaração, escrita a partir de um ditado, de que o cristão estava renunciando à sua fé. Além disso, autoridades afirmaram que em breve prenderiam outras testemunhas de Jeová, e mostraram a Oleg artigos dos códigos criminal e administrativo sob os quais elas poderiam ser processadas.
Os policiais tentaram ainda colocar o pai de Oleg contra o filho, relembrando sua origem muçulmana. Isto demonstra claramente que a prisão das duas testemunhas de Jeová por comportamento destrutivo foi pura fabricação, insistiu Andrei. O interessante é que as duas autoridades da segurança nacional que falaram com Oleg não fizeram questão de ocultar o fato de que tanto a prisão como o processo judicial foram armados pela organização.
A polícia e o serviço secreto do Uzbequistão têm histórico de tentar pressionar cristãos protestantes, testemunhas de Jeová e outras minorias cristãs que sejam de origem tradicionalmente muçulmana para que se convertam à sua fé histórica.
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