Uma jovem cristã da África foi torturada, espancada e também chegou a passar fome. Tudo isso porque ela se recusou a parar de dizer o nome de Jesus.
Helen Berhane é de Eritreia, na África, um dos piores países para um cristão viver. Lá, a perseguição religiosa não dá trégua. Ela encontrou refúgio na Dinamarca depois de passar anos trancada em um contêiner, apenas pelo fato de não negar a sua fé cristã.
Quando os guardas a torturavam tentando fazer com que ela parasse de dizer o nome de Jesus, ela cantava mais.
Ela testemunhou sua forte história numa conferência em Londres com o objetivo de prevenir a violência contra os cristãos. Líderes religiosos e autoridades governamentais de todo o mundo puderam ouvir seus relatos de perseguição mortal e implacável. Tudo por causa de sua fé inabalável.
De acordo com o Ministério Portas Abertas, a Eritreia está em terceiro lugar na lista das piores nações para se viver, por conta de perseguição aos cristãos. De uma população de 5,4 milhões de pessoas, 2,6 milhões são cristãos. A principal religião é o Islã. Algumas igrejas são permitidas, mas as igrejas domésticas com reuniões feitas em casa são proibidas.
Helen Berhane chamou atenção dos serviços de segurança, quando ela fez um vídeo promovendo a mensagem de Jesus como a "cura para o mundo". Ela disse: "O governo não gosta disso. Sem o evangelho, nada é possível. Podemos tentar, mas vamos falhar".
Prisão
Sua igreja foi invadida. Ela e outros jovens foram torturados. "A prisão não é algo novo para mim. Eu estive dentro e fora muitas vezes". A igreja foi fechada. "Foi uma boa oportunidade para que eu pudesse evangelizar na prisão. Começamos a falar sobre o evangelho. Falamos que Jesus amava aquelas pessoas. À noite eu cantava".
Ela foi punida, torturada e enviada para uma prisão militar cheia de jovens que vomitavam e choravam. Ela foi liberta de uma pequena cela de confinamento solitário, basicamente um buraco cavado no chão com um alçapão.
Quando ela orou, foi transferida para uma prisão de contêineres que funcionavam como um asilo de loucos. A noite era um frio congelante e de dia era tão quente que os presos pareciam assar, sem nenhuma luz. O banheiro era uma porção de terra fora da prisão, à vista dos guardas. Os prisioneiros eram alimentados no escuro com mingau feito principalmente de água, pimentão e sal.
"Então, eu disse que a única coisa que podemos fazer agora é cantar. Nós adoramos a Deus porque Ele nos deu a vida. Nós começamos a cantar, ‘obrigado Deus por este frio, este vaso sanitário, obrigado Deus por tudo’. Os guardas ficaram chocados quando cantávamos dentro do contêiner. Então eles nos torturavam com uma vara de metal que queimava nossos corpos", contou.
"Eu não desisti, porque eu segui os passos do nosso pai". Ela reforçou sua determinação pela meditação sobre a passagem da Bíblia onde Abraão se prepara para sacrificar seu filho Isaac.
"Se ele está me pedindo para sacrificar alguma coisa na minha vida, eu posso sacrificar”, ressaltou. De alguma forma, ela tinha encontrado um material para escrever, e começou a enviar cartas para os guardas sugerindo que eles seguissem a Jesus, citando a Bíblia.
"Eles descobriram que eu estava enviando as cartas para os guardas. Eles pediram a minha Bíblia. Eu disse que ela estava na minha mente. Então eles disseram que iam destruí-la e começaram a bater na minha cabeça”, relatou.
Depois de muita tortura, ela foi finalmente enviada para o hospital porque ela não podia andar, e de lá foi enviada para a casa de sua família. Ela fugiu para o Sudão. Sua filha seguiu, viajando com nômades em todo o Sahara. A Dinamarca aceitou seu pedido de asilo, onde vive agora.
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