Joy Dimerin vive em uma região de conflito entre muçulmanos e cristãos nas Filipinas. Há dez anos seu noivo foi assassinado por extremistas, mas Joy persevera trabalhando pelo seu povo e pelo fortalecimento dos cristãos perseguidos. Ela estará no Brasil entre os dias 13 e 30 de outubro para testemunhar aos cristãos brasileiros sua experiência junto à Igreja Perseguida. Conheça um pouco da história de Joy Dimerin lendo o texto abaixo* e acesse sua agenda para saber onde ouvi-la pessoalmente.
Sofrimento transformado em alegria
Numa manhã de domingo de 1996, um homem entrou na igreja durante o culto e disparou duas vezes contra Severino Bagtasos, que morreu instantaneamente. A dor da perda se foi, mas o impacto da morte de Severino ainda é grande para Joy.
Severino foi morto no primeiro dia das comemorações do Ramadã, numa cidade de maioria muçulmana, Alat, na ilha de Jolo, nas Filipinas. Alguns muçulmanos acreditam que se matarem um inimigo de Alá nesse dia, asseguram sua passagem ao paraíso.
Essa crença e o fato de que Severino evangelizava muçulmanos foram suficientes para a sua morte. Joy e Severino se casariam em maio de 1997 e planejavam servir a Deus juntos.
Vida depois da morte
"Pela graça de Deus eu estou bem e tenho alegria no meu ministério," afirma Joy. Ela admite que os sentimentos de solidão e vazio foram os mais difíceis de serem superados após a morte de Severino. E como todos que sofrem a perda de alguém querido, foi muito difícil voltar às atividades do dia-a-dia, como as aulas no colégio Bíblico Ebenézer. Severino costumava visitá-la e, passar pelo corredor por onde antes ela caminhava com ele trazia uma dor imensa. Joy resolveu focar nos estudos e fazer novas amizades para tentar esquecer os acontecimentos. Mesmo que por apenas alguns minutos.
Mas o mais importante foi sua decisão de confiar em Deus cada dia mais. Ela mergulhava na Palavra de Deus, principalmente nos momentos de muita solidão. "Foi um ano recompensador, apesar do grande sofrimento. Um dia antes da formatura, fui informada de que estava graduando com honra. Para mim, foi uma bênção não merecida!" lembra Joy.
"Eu aprendi a ver o propósito de Deus na minha vida. Aprendi a aceitar as circunstâncias que se colocam à minha frente e as vejo como instrumentos de Deus para me moldar e ser uma pessoa melhor. Através da vida do Severino, eu aprendi a me comprometer com o ministério e com a oração. Através da sua morte, eu aprendi a estar sempre preparada para encarar o nosso Criador. Através dessa tragédia, eu aprendi a viver cada dia, como se fosse o último."
Morto para a glória de Deus
O irmão de Joy, Mark, foi um dos que decidiram seguir os passos de Severino e continuar o ministério. Mark tornou-se pastor e começou seu ministério em Zamboanga. Não passou muito tempo para que Mark recebesse a primeira ameaça de morte, vinda de extremistas na área em que pastoreava.
"Tudo o que tinha acontecido com Severino voltou à minha mente. Chorei por dois dias, pensando no que poderia acontecer ao meu irmão. A dor da perda retomou minha alma e foram dias muito difíceis. Insisti para que meu irmão deixasse a cidade, mas como Severino, ele queria estar onde Deus o havia chamado.
Percebi que eu não tinha nenhum controle sobre o que poderia acontecer, então deixei tudo nas mãos de Deus"
Logo depois, o irmão da Joy resolveu sair da cidade temporariamente com sua família, o que trouxe grande alívio para o coração de Joy.
Ela conta que ficou muito feliz pelo seu irmão, mas muito preocupada com o ministério que ele deixava. Quem cuidaria da igreja? Mais uma vez aprendi a confiar em Deus!
O problema terminou quando os pais de Joy foram procurar os líderes muçulmanos e conversaram com eles. Mark e sua família puderam retornar em segurança então.
"O pensamento de perder mais um ente querido me fez dar mais valor para minha família e para o tempo que tenho com eles."
"Eu perdoei o homem que matou Severino. Seria muito difícil viver com dor e um espírito de raiva, principalmente trabalhando com os muçulmanos. Eu aprendi a vê-los da mesma forma que Deus os vê. Só a Palavra de Deus pode transformá-los!" diz Joy, sem nenhum ressentimento em sua voz.
As mesmas pessoas que queriam a morte de Severino tiveram a primeira oportunidade de ouvir de Deus abertamente durante o funeral.
O ministério de Joy
Joy recebeu milhares de cartas do mundo todo através da Portas Abertas. Foram cartas de conforto e de compromisso de oração. Em uma carta para todos que enviaram mensagens, Joy escreveu: "Eu aprendi a ser independente, mas dependendo de Deus, especialmente no meu caminha diário com Ele. Eu aprendi a ser corajosa e forte, mas também a ter um coração aberto aos cristãos perseguidos".
Talvez, apenas aqueles que já sofreram podem entender aqueles que estão sofrendo. E aqueles que experimentaram a cura podem ter compaixão daqueles que estão machucados.
Há cinco anos, Deus trouxe Joy para fazer parte da equipe de Portas Abertas. "Eu nunca imaginei ajudar os cristãos perseguidos através da Portas Abertas. Deus permitiu um grande sofrimento na minha vida, para que agora eu entenda os que estão sofrendo."
Hoje, Joy é coordenadora de programas em Zamboanga, sul das Filipinas. Ela trabalha diretamente com as comunidades muçulmanas, coordenando as classes de alfabetização, o Instituto de liderança para ex-muçulmanos e os projetos sócio-econômicos.
* Esse texto foi publicado no encarte especial comemorativo dos 50 anos da Missão Portas Abertas, que acompanhou a edição de maio de 2005 da revista Portas Abertas.
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