Dois dias depois que uma cristã evangélica foi presa pela polícia eritéria, em Nefasit, a 16 quilômetros de Asmara, seu filho de seis meses, que estava doente, morreu.
Ghenet Gebremariam foi presa em 9 de maio com duas outras mulheres protestantes. As três eram membros da Igreja do Evangelho Pleno de Nefasit, uma denominação proibida pelo Estado. Elas foram detidas sob acusações de "testemunhar ativamente de Cristo" aos moradores da cidade, segundo o que alguns cristãos informaram ao Compass. As três eram mães e foram forçadas a deixar os filhos pequenos em casa.
Dois dias depois, o filho de Ghenet, Hazaiel Daniel, morreu por causas desconhecidas. Quando a notícia da morte do bebê chegou à polícia de Nefasit, eles concordaram em libertar sua mãe sob fiança.
As outras duas mães, Meslale Abraham e Alganshe Tsagay, permanecem sob custódia da polícia, ainda separadas de seus filhos.
A polícia não informou a razão para a prisão das três mulheres, além do envolvimento delas com uma das igrejas protestantes consideradas ilegais.
Desde maio de 2002, o governo da Eritréia baniu todas as igrejas cristãs que não estivessem ligadas às comunidades Ortodoxa, Católica ou Luterana.
Qualquer pessoa que for pega participando de um culto ou praticando sua fé fora das três igrejas sancionadas pelo governo é presa por semanas, meses ou anos. Centenas de pessoas são submetidas a maus tratos físicos nos últimos quatro anos numa tentativa de forçá-las a renunciar à fé protestante.
Punição a estudantes cristãos
Em outra ação da polícia, há duas semanas, 50 estudantes cristãos evangélicos foram submetidos a uma dura punição militar na Instituição Educacional Mai Nefhee, um centro de serviço militar em Asmara.
De acordo com alguns dos parentes dos estudantes, na primeira semana de maio, as autoridades foram informadas de que as 33 jovens e os 17 rapazes eram "crentes evangélicos". A descoberta foi atribuída a uma campanha intensiva promovida pelo Ministério da Defesa entre os militares para identificar todos os estudantes da instituição que estivessem envolvidos em atividades protestantes "ilegais".
O pretexto para punir os estudantes, entretanto, foi sua alegada recusa de participar de um espetáculo durante as celebrações do Dia da Independência, marcado para o dia 25 de maio.
"Todos esses estudantes estão sob punição militar durante o período de provas, enquanto o país está preparando as celebrações do Dia da Independência", declarou uma fonte ao Compass.
Empresários visados
Enquanto isso, dois empresários protestantes, que estavam presos desde dezembro passado, foram libertados da prisão, mas só depois de depositar as altas quantias referentes ao pagamento de fiança, segundo fontes em Asmara.
Solomon Mengesteab, um empresário da Igreja do Evangelho Pleno, e o proprietário de uma loja de material fotográfico da Igreja Rema, identificado apenas como Yosief, receberam duras advertências e foram obrigadas a pagar a enorme quantia de 150 mil nakfa (10 mil dólares) para assegurar sua libertação. Um dos mais pobres países do mundo, a Eritréia tem uma renda anual per capita de menos de 300 dólares.
Os homens foram presos em uma onda de batidas ocorridas nas vésperas do Natal, cujo alvo eram mulheres e homens de negócio evangélicos, conhecidos por sua participação no financiamento das igrejas ilegais.
A esposa de Yosief e uma dezena de empregados da loja Photo Asier, permanecem na prisão.
Perto de 1.800 cristãos, incluindo 28 pastores e sacerdotes tanto das igrejas protestantes quanto da Ortodoxa, estão presos nas delegacias de polícia, campos militares e prisões espalhadas pela Eritréia por causa de sua religião.
Além disso, 70 muçulmanos foram presos nos últimos dois anos por se oporem à indicação feita pelo governo do líder mufti, chefe religioso do islamismo.
Ninguém foi levado a julgamento sob acusações formais.
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