Na Áustria Bruno Becker, arcebispo, demitiu-se ao ser acusado de termolestado sexualmente, há 40 anos, uma criança de 11 anos. Segundo provas, agora apresentadas, Becker teria tentado silenciar a presumível vítima, já adulta, oferecendo-lhe 5000 Euros.
Estas situações estendem-se a outros países. Na Holanda foram divulgados mais de 200 casos de abuso sexual de menores perpetrados não apenas por padres mas por freiras. Este país irá recorrer-se a uma comissão independente, fora da igreja católica, para analisar estes relatos de abusos, uma resposta ao crescente número de vítimas que tem surgido.
Na Alemanha a ministra da Justiça acusa o Vaticano de bloquear o trabalho com uma diretriz de 2001 que diz que as suspeitas de abuso sexual devem ser investigadas primeiro no seio da Igreja.
Um dos casos mais falados no país aconteceu no coro de Ratisbona. Georg Ratzinger, o irmão do papa que liderou este grupo, afirma não saber nada sobre os abusos sexuais apesar de admitir que agrediu algumas crianças.
O Vaticano defende-se e afirma que a pedofilia acontece em vários setores da sociedade e diz que acusar apenas a Igreja Católica é deturpar a realidade.
Igreja Católica na Holanda investigará os abusos
A Conferência dos Bispos da Holanda anunciou nesta terça-feira o início de uma investigação independente a respeito de mais de 200 supostos casos de abusos contra menores cometidos por sacerdotes dentro de instituições mantidas pela Igreja Católica no país.
O anúncio foi feito depois de denúncias sobre casos que teriam ocorrido entre as décadas de 1950 e 1970 terem vindo à tona na mídia holandesa nas últimas semanas.
Em uma entrevista coletiva concedida na cidade de Zeist, no centro do país, as autoridades católicas holandesas anunciaram que as investigações serão lideradas pelo ex-ministro e ex-prefeito da cidade de Haia Wim Deetman.
“Nós estávamos procurando por alguém de fora do círculo da Igreja Católica Romana para mostrar que queremos uma investigação o mais aberta possível. Nós não queremos esconder nada e é por isso que nós escolhemos alguém com um bom nome e reputação”, disse o bispo Gerard de Korte na coletiva de imprensa.
O bispo ainda pediu desculpas às vítimas dos abusos cometidos por religiosos.
“É muito doloroso e um pecado que precisa ser confessado por diversos padres e membros da Igreja que não se comportaram com cuidado com crianças e outros jovens em meados do século passado”, disse.
Outros casos
Também nesta terça-feira, veio à tona a notícia de que o líder de um monastério em Salzburgo, na Áustria, teria renunciado após admitir ter abusado de um garoto há 40 anos.
As novas denúncias de abusos – também surgidas na Alemanha – fizeram com que o Vaticano se pronunciasse oficialmente sobre o tema.
Em um comunicado divulgado nesta terça-feira, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmou que os escândalos de abuso sexual são “particularmente repreensíveis”, principalmente frente às responsabilidades morais e educacionais da Igreja Católica.
Ele elogiou, no entanto, as reações das autoridades da Igreja na Alemanha, Holanda e Áustria, afirmando que elas demonstraram estarem procurando transparência.
“Eles demonstraram seu desejo por transparência e, de uma certa forma, aceleraram o surgimento do problema ao convidarem as vítimas a falarem, mesmo nos casos que ocorreram há muitos anos”, disse.
Ele ainda negou as acusações feitas pela ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, que na última segunda-feira acusou o Vaticano de construir um “muro de silêncio” sobre os escândalos.
As críticas da ministra foram motivadas pelo fato de 18 das 27 dioceses católicas da Alemanha estarem sendo investigadas por supostos abusos de menores.
Irmão do Papa é denunciado em casa do pedofilia
Até mesmo irmão do papa Bento 16, o padre alemão Georg Ratzinger, se viu envolvido na polêmica ao admitir, em uma entrevista publicada nesta terça-feira no jornal alemão Passauer Neue Presse, que ele próprio chegou a dar tapas em alunos de um coral que dirigia.
“Alguns alunos me contaram durante viagens sobre o que acontecia (abusos físicos), mas não me ocorreu que eu precisava fazer algo, eu não sabia da extensão destes métodos brutais”, disse.
“No começo, eu também dei tapas nos rostos de pessoas, mas sempre ficava com consciência pesada”, disse, afirmando ter ficado aliviado quando a punição corporal foi banida em 1980.
Ratzinger, no entanto, disse desconhecer qualquer denúncia de abuso sexual envolvendo membros do coro.
Na semana passada, surgiram denúncias de que um dos alunos do coral da catedral de Regensburg – que foi conduzido por Ratzinger entre 1964 e 1994 – teria sofrido abusos.
Vaticano diz que age com rapidez e decisão em relação a pedofilia
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que a Santa Sé está confrontando o surgimento das denúncias de pedofilia “com rapidez e decisão” e que “concentrar as acusações na Igreja leva a falsear a perspectiva”.
Em uma nota divulgada pela Rádio Vaticana, o religioso respondeu implicitamente a críticas feitas ontem pela ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, que acusou o Vaticano de dificultar as investigações sobre os casos de abuso sexual cometidos por religiosos no país.
De acordo com Lombardi, as principais instituições eclesiásticas envolvidas nas denúncias “deram prova de vontade de transparência” e “em um certo sentido aceleraram a manifestação do problema, convidando as vítimas a falar mesmo quando se tratava de casos de muito tempo atrás”.
“Assim fazendo, confrontaram a questão ‘com o pé certo’, porque o ponto de partida correto é o reconhecimento daquilo que aconteceu e a preocupação pelas vítimas e as consequências dos atos cometidos contra elas”, continuou.
O porta-voz declarou que serão colocadas em prática rapidamente “novas indicações operativas” para uma “estratégia de prevenção” a fim de que “similares gravíssimos fatos não se repitam”.
Ainda na nota, Lombardi ressaltou que episódios de pedofilia também acontecem em outros locais e que “é bom se preocupar com isto”. Como exemplo, ele citou a Áustria, onde por um certo período “os casos ocorridos em instituições ligadas à Igreja foram 17, enquanto aconteceram 510 em outros ambientes”.
“Estes fatos movem a Igreja a elaborar respostas apropriadas e são inseridos em um contexto e problemática mais ampla, que se refere à tutela das crianças e jovens dos abusos sexuais na sociedade”, rebateu o padre.
“Certamente os erros cometidos pelas instituições e por responsáveis eclesiásticos são particularmente reprováveis, dada a responsabilidade educativa e moral da Igreja. Mas todas as pessoas objetivas e informadas sabem que a questão é muito maior, e concentrar as acusações só na Igreja leva a falsear a perspectiva”, disse.
Lombardi ressaltou que no âmbito canônico o crime de abuso sexual contra menores “sempre foi considerado um dos mais graves entre todos”, e que as normas do Vaticano reafirmaram constantemente esse status.
“Se não se pode negar a gravidade do tormento que a Igreja está atravessando, não é preciso renunciar a fazer todo o possível para que se obtenha no final também resultados positivos, de melhor proteção da infância e da juventude e da purificação da própria Igreja”, acrescentou o porta-voz.
Lombardi falou ainda sobre a reunião convocada pelo governo alemão para falar sobre os casos de pedofilia denunciados no país — eles teriam ocorrido em escolas jesuítas nas décadas de 1970 e 1980 e no coro de rapazes da catedral de Regensburg, que foi dirigido pelo irmão do papa Bento XVI, Georg Ratzinger, durante trinta anos.
“Justamente da Alemanha vêm agora iniciativas, propostas pelo Ministério da Família, para convocar uma ‘mesa redonda’ das diversas realidades educativas e sociais para confrontar a questão em uma perspectiva complexa e adequada”, comunicou o padre, dizendo que “a Igreja está naturalmente pronta para participar e se empenhar”.
“Provavelmente sua dolorosa experiência pode ser uma contribuição útil também para os outros”, afirmou Lombardi. Além da Conferência Episcopal Alemã, foram convidados para a reunião, que ocorre em 23 de abril, as ministras do país europeu da Família, Kristina Schröder, e da Educação, Annete Schavan.
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