O Vishwa Hindu Parishad (VHP ou Conselho Hindu Mundial) pediu uma lei abrangente para banir conversões religiosas na Índia, como parte de uma nova campanha para deter o número "crescente" de conversões em todo o país.
Dirigindo-se à mídia no dia 25 de agosto, Mohan Joshi, secretário nacional do VHP, disse que as leis anticonversão em alguns estados não são severas o suficiente para conter as conversões religiosas.
"A lei deve ter subsídios para penalizar estrangeiros e organizações engajados na conversão com uma multa de 10 lakh* rúpias (1.000.000 rúpias ou 22.750 dólares) e 10 anos de prisão a conversões efetivamente checadas", escreveu o Asia News citando Mohan.
Leis anticonversão estão em vigor nos estados de Orissa, Madhya Pradesh, Chattisgarh e Arunachal Pradesh. O estado de Gujarat aprovou uma lei similar em março de 2003, mas a lei não foi posta em vigor porque o governo ainda não havia formulado suas leis sob o Ato.
Respondendo ao pedido do VHP por uma lei anticonversão em todo território nacional, John Dayal, secretário-geral do Conselho Cristão de Toda a Índia, disse a Compass: "Tais leis são contra a constituição e elas violam contratos internacionais nos quais a Índia é um signatário, incluindo a carta de direitos das Nações Unidas".
Depois da revogação da lei anticonversão do estado de Tamil Nadu ano passado, todos os estados devem fazer o mesmo, ele acrescentou.
A primeira-ministra de Tamil Nadu, J. Jayalalithaa, repeliu a Proibição de Conversão Forçada do estado, do Ato de Religião, em maio de 2004, na seqüência da pobre performance de seu partido nas eleições gerias de abril de 2004.
Em sua declaração à imprensa, Mohan disse que o VHP lançaria uma nova campanha em toda a Índia para combater o alegado aumento de proselitismo feito por missionários cristãos durante o ano passado.
O VHP deve realizar Dharma Sansads (reuniões religiosas) em seis lugares "como parte de sua nova tentativa de frear o crescente número de conversões na Índia", ele disse.
Afirmando que o VHP tinha informações confiáveis sobre planos dos Adventistas do Sétimo Dia de converter 1 milhão de indianos, Mohan disse que todos os missionários estrangeiros cristãos deveriam ser expulsos do país.
A alta corte Chennai no estado de Tamil Nadu, no sul, aprovou uma ordem em julho para recolher os documentos de viagem do presidente da SDA sul-asiático pastor D. Ronald Watts e sua esposa, Dorothy Watts, ambos canadenses, que vivem no sul da Índia, sob o pretexto de que eles, supostamente, forçaram mais de 1 milhão de hindus a se converter ao cristianismo.
Mohan também exigiu uma investigação das doações dadas aos missionários cristãos, afirmando que uma grande porção dos fundos dados pelo governo ou fontes estrangeiras estavam sendo usados tanto para conversões religiosas como para a criação da desarmonia pública.
O VHP foi fundado em 1964 com o objeto de re-converter "todos aqueles que tenham sido consciente ou inconscientemente feitos prosélitos a credos estranhos e estão agora desejosos de voltar ao seio hindu".
As outras duas associações aliadas com o VHP continuam engajadas em ataques violentos contra os cristãos.
Cerca de 25 extremistas pertencentes ao Bajrang Dal, a asa jovem do VHP, e membros do Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) atacaram membros da Sociedade Missionária Cristã no distrito Malkangiri, em Orissa, no dia 22 de agosto.
O grupo parou seis trabalhadores cristãos que estavam voltando de uma vila próxima, retirarou seus livros e folhetos e ordenou que participassem de uma reunião no salão da vila no dia 23 de agosto.
Os seis foram mantidos no salão das 10 às 18 horas, enquanto os extremistas batiam, abusavam e ameaçava-nos, informou um cristão a Compass sob a condição de anonimato.
No fim, os cristãos foram forçados a assinar uma pedaço de papel em branco. Seus captores também ameaçaram raspar as cabeças deles como uma punição por pregar o cristianismo.
A polícia local finalmente interviu e levou os cristãos à delegacia para gravar suas declarações. Os cristãos foram libertados às 22 horas. Irritados com a resposta da polícia, os extremistas organizaram um protesto no dia seguinte, bloqueando a estrada principal dentro da vila.
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