Para o colunista Maurício Dias, a figura da igreja evangélica brasileira está ligada à intolerância, chegando a ser comparada com a Igreja Católica no período da inquisição, quando pessoas eram torturadas e atiradas à fogueira para morrerem, sob acusação de heresia.
A comparação surge quando da ascendente participação das igrejas evangélicas no âmbito político nacional, através de parlamentares da bancada evangélica, que combatem de forma veemente propostas divergentes à doutrina cristã. Dentre estes temas, o aborto e a homofobia são citados como os mais incômodos, que Maurício considera como posturas “irritantes”, por, segundo ele, envolverem todos em um jogo político, que “cerceia a liberdade do eleitor e intimida os candidatos”.
O prospecto argumentado por Maurício é exemplificado pelo depoimento do ministro Gilberto Carvalho, em meados de fevereiro deste ano, quando o secretário-geral da Presidência da República fora convocado a esclarecer as declarações feitas durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. O depoimento que terminou com um pedido de perdão de Carvalho aos parlamentares evangélicos.
“Qual foi a heresia? Gilberto Carvalho, durante o Fórum Social Mundial, manifestou preocupação política com os evangélicos: ‘A oposição virou pó (…); a próxima batalha ideológica será com os conservadores evangélicos que têm uma visão de mundo controlada pelos pastores de televisão'”, comenta Maurício.
O colunista ainda compara a manifestação político-evangélica a uma repetição tardia do catolicismo primitivo, o voto dos fiéis a uma arma que os parlamentares utilizam no processo político.
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