O caso contra o clérigo Khalid Jadoon Chishti foi encerrado após a corte julgar que não havia evidências suficientes contra ele. Testemunhas tinham, previamente, feito declarações alegando que haviam plantado páginas queimadas do Alcorão no saco de lixo usado por Rimsha, antes de fazer acusações de blasfêmia contra a garota no alto-falante do mosteiro dele, incitando a violência da multidão. As mesmas testemunhas depois disseram que tinham sido coagidas pela polícia e retiraram suas declarações.
Em outubro passado, em resposta ao Universal Periodic Review (UPR) nas Nações Unidas, o governo paquistanês citou a prisão de Chishti como progresso, quando confrontado com várias críticas relativas à leis de blasfêmia. Foi descrito como enviando “uma forte mensagem a todos aqueles que estão tentando usar indevidamente” as leis, e um “ponto de virada na história do Paquistão”.
Tahir Ashrafi, presidente do Conselho Ulema do Paquistão, uma coalizão de liderança de clérigos islâmicos no Paquistão, expressou seu desapontamento com a decisão. O Conselho virou manchete ano passado ao condenar o uso indevido das leis de blasfêmia no país e pedindo que o caso de Rimsha fosse conduzido justamente.
Rimsha, cuja idade mental foi considerada em torno de 14 anos, foi acusada de profanar o Alcorão sob o artigo 295B do Código Penal Paquistanês (CPP), em agosto de 2012. Seu caso foi encerrado pela Suprema Corte Paquistanesa em janeiro de 2013. Ela e sua família tiveram asilo concedido no Canadá.
Benedict Rogers, diretor jurídico da Christian Solidarity Worldwide (CSW), disse: “A prisão do acusador de Rimsha ano passado foi amplamente louvada como um ponto de virada nos casos de blasfêmia no Paquistão. O colapso do caso é desapontador e reforça a contínua falta de responsabilidade e senso de impunidade que há no coração das falsas alegações de blasfêmia. Isto traz uma mensagem para aqueles que usam indevidamente as leis e permanecem impunes.”
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