Mais de 3 mil pessoas compareceram ao funeral do padre católico que morreu no dia 28 de outubro, em Bhubaneswar, por conta de violência contra os cristãos, motivada por calúnias e difamação.
Bernard Digal, 46, morreu em Chennai, após uma cirurgia para remover um coágulo de sangue que estava no seu cérebro. O coágulo foi causado pelo ataque que ele sofreu no dia 25 de agosto.
“Espremeram-no como a uma fruta”, informou Rafael Cheenath, arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar. “Por causa da campanha de ódio do Sangh Parivar , os agressores perderam a sua humanidade e se tornaram demônios. Seres humanos não fazem o que eles fizeram.”
Tesoureiro da arquidiocese em Orissa, Bernard estava visitando a paróquia de Sankarakhole, quando a violência contra os cristãos se espalhou. Ele, padre Alexander Chandy e o motorista Sisir Pradhan procuraram abrigo na floresta, depois que um grupo se reuniu fora da paróquia, gritando: “todos os missionários devem ser mortos”.
Após dois dias na floresta, Alexander ficou doente, fazendo com que eles tivessem de deixar o local, mudando-se de vila para vila.
Eles finalmente se refugiaram nos destroços de uma na vila de Dudukangia. Ela havia sido queimada e sobraram apenas as paredes. Com as pernas inchadas de tanto andar, os refugiados tinham a esperança de que os hindus não aparecessem, contou Rafael.
Mas a multidão os encontrou no meio da noite. Os clérigos e o motorista fugiram, mas Bernard foi pego. Mais tarde, ele contou para Rafael: “As pessoas mandavam me matar”.
Eles despiram Bernard e os agrediram com toda sorte de instrumentos.
Fizeram uma fogueira para queimá-lo vivo. Ao ver o fogo, Bernard tentou escapar, mas foi pego. Ele foi mais agredido e deixado sozinho, para morrer. Ele ficou no chão molhado, sob o orvalho, por quase sete horas. Dois homens o encontraram e levaram-no para Phulbani.
Depois de muita pressão, a administração do Estado levou Bernard para um hospital particular em Bhubaneswar; de lá, ele foi transferido para o hospital Santo Espírito, em Mumbai.
Na primeira semana de outubro, Bernard teve alta e foi até Chennai, Estado de Tamil Nadu, para visitar um amigo seu.
Ao chegar, Bernard disse estar com febre alta, sangue na urina e dor de cabeça. Então seu pulmão sofreu um colapso, afirmou Rafael. Exames médicos revelaram que ele tinha um coágulo de sangue no cérebro e, no dia seguinte (26 de outubro), entrou em cirurgia. Na segunda-feira, 27 de outubro, apresentou problemas respiratórios e entrou em coma.
Pravin Kumar, chefe do departamento de polícia em Kandhmal disse ao jornal National Daily que ele não tinha conhecimento do ataque que Bernard sofrera. “Muitos incidentes aconteceram. Eu não sei se há alguma ocorrência formal sobre o ataque contra ele. A polícia pode iniciar uma investigação do incidente mesmo se a ocorrência for registrada agora”.
Segundo o The Statesman News Service, o governo de Orissa ordenou que a morte de Bernard fosse investigada.
Beranrd havia sido ordenado em 29 de maio de 1992. Ele era da vila de Tiangia, em Kandhamal.
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