Embora o Egito faça parte da Lista Mundial da Perseguição, ocupando o 17º lugar entre os 50 países que a compõem, muitas pessoas ainda pensam que os muçulmanos e os cristãos vivem em paz por lá.
Mas, longe dos olhos dos turistas, a realidade é bem diferente. Milhares de cristãos enfrentam o extremismo islâmico e a violência por não negarem o nome de Cristo.
Crianças cristãs são discriminadas nas escolas
No Egito, a identidade dos cidadãos deve informar sua religião. E, mesmo que não constasse, os cristãos são facilmente reconhecidos pelo nome e aparência, em especial as mulheres.
As crianças cristãs também são discriminadas. Em algumas escolas, elas devem se sentar nos bancos de trás e, dessa forma, dificilmente conseguir seguir as lições.
Os professores não tratam crianças muçulmanas e cristãs da mesma forma. Marina conta como sua professora a repreendeu quando era criança.
“Ela apontou para o meu cabelo descoberto e as mangas da minha camisa que eu tinha enrolado. Na frente de toda a turma ela me chamou de garota malvada”, lembra.
Igrejas são fechadas à força
Nem todos os muçulmanos gostam de ter uma igreja em sua aldeia. Eles dizem que as igrejas não pertencem a um país muçulmano.
Alguns pastores buscam a legislação para oficializar suas igrejas, mas enquanto não são oficializadas, elas são atacadas por multidões enfurecidas.
As autoridades não costumam responder a isso com proteção, mas com uma solução simples: fechar as igrejas até o término da burocracia para sair os documentos.
Isso pode levar um ano ou até mesmo nunca acontecer. Centenas de cristãos ficam sem um templo para cultuar a Deus por conta disso. “A vontade dos muçulmanos locais aqui é mais forte do que a lei do país”, disse um dos pastores.
Muitos cristãos são mortos por sua fé
As cenas variam entre homem-bomba que invade a igreja, terroristas que atacam ônibus a caminho de mosteiros e extremistas mascarados que simplesmente matam cristãos nas ruas.
No período de 1 de novembro de 2016 a 31 de outubro de 2017, que corresponde ao relatório de 2018, a WWL (World Watch List) relatou 128 vítimas mortais por conta da perseguição aos cristãos no Egito.
Osama (36), que vivia em uma área com muitos extremistas muçulmanos, testemunhou como seu irmão Bassem (28) foi morto na rua enquanto voltava para casa, depois de um dia de trabalho.
“Os homens mascarados perguntaram a Bassem se ele era cristão. Ele disse ‘Sim e tenho orgulho disso’, então eles atiraram em sua cabeça”, revelou.
Famílias cristãs são constantemente deslocadas
Centenas de famílias cristãs são deslocadas por causa do extremismo muçulmano. No Sinai, especialmente na cidade de El-Arish, no nordeste do país, extremistas muçulmanos atacaram os cristãos.
Com folhetos e telefonemas, eles os ameaçavam, dizendo que teriam que partir dali, caso contrário seriam mortos. Os cristãos desprezaram as ameaças, no início de 2017. Em seguida, seis homens cristãos foram mortos, em três semanas.
Hale e sua família estavam entre as 350 famílias cristãs que fugiram e ainda vivem deslocadas. “O prédio onde morávamos ficou cada vez mais vazio. Meus meninos ficaram com medo. Então nós também fugimos”, conta.
“Eu estava muito zangado e frustrado. Nós não tínhamos renda e tivemos que morar em um albergue da juventude com a família inteira por três meses. Felizmente agora temos uma casa melhor”, testemunhou.
Muçulmanos se convertem ao cristianismo
Há notícias boas também vindas do Egito. Apesar de toda perseguição enfrentada pelos cristãos, eles continuam testemunhando sobre Jesus Cristo.
Muitos muçulmanos egípcios são tocados pelas mensagens deles e, em segredo, são discipulados. Mas eles não compartilham publicamente sobre sua fé, já que isso pode lhes custar a vida. Ex-muçulmanos cristãos vivem o evangelho somente entre família amigos.
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