Autoridades do Partido Comunista da China forçaram uma igreja na província chinesa de Henan a retirar o primeiro dos Dez Mandamentos de um quadro na parede do templo por considerá-lo “ofensivo”.
A revista Bitter Winter, que monitora violações à liberdade religiosa na China, disse que o incidente não foi o primeiro do tipo. No final de novembro, 30 soldados realizavam uma inspeção na igreja quando se depararam com a inscrição “Não terás outros deuses diante de mim”.
Os Dez Mandamentos, dados por Deus ao povo judeu através de Moisés, tornaram-se a base da moralidade na judaica e, posteriormente, no cristianismo.
Os líderes da igreja, que não tiveram os nomes revelados, opuseram-se fortemente à ação dos funcionários do governo. “Eles estão falsificando as palavras de Deus! Estão resistindo ao Senhor!”, reclamou um deles.
Um dos membros do Partido justificou que o presidente chinês Xi Jinping “opõe-se à declaração”, referindo-se ao primeiro mandamento. “Se alguém não concorda, estará lutando contra o país ”, alertou a autoridade. “Esta é uma política nacional. Você deve ter uma compreensão clara da situação e não deve ir contra o governo”.
A igreja foi forçada a arrancar a parte de cima do quadro com os Dez Mandamentos naquele dia.
Ao longo de 2018 surgiram muitos relatos das tentativas do governo em tornar o cristianismo “mais chinês” e foi divulgado que o governo pensava em publicar sua própria versão da Bíblia.
Bob Fu, fundador da missão ChinaAid, explica que parte dessa iniciativa de modificar o cristianismo para torná-lo mais “compatível” com a ideologia do Estado, inclui o uso de textos budistas e os ensinamentos confucionistas para defender os ideais socialistas.
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