O ano de 2018 se encerra para os cristãos na China como um dos que impôs maior repressão à liberdade religiosa, mas também como um período em que a igreja “subterrânea” no país ganhou as manchetes no mundo por seu amor a Deus e capacidade de resistir à repressão.
O estrangulamento da liberdade de culto é tão forte e agressivo que a situação dos cristãos chineses chamou atenção do progressista The New York Times, um dos principais jornais do mundo. A publicação norte-americana repercutiu o fechamento da igreja Early Rain Covenant, uma das principais igrejas da China, com décadas de história, e considera ilegal pelo governo de Xi Jinping.
“Não perderemos nossa fé por causa da supressão das autoridades”, disse Gu Baoluo, um vendedor de arroz membro da igreja Early Rain Covenant, fechada recentemente, mas que não se dobrou à imposição do governo e passou a realizar cultos ao ar livre. Mesmo com toda a determinação dos fiéis, a maior parte da estrutura da congregação foi prejudicada, pois exemplares da Bíblia foram confiscados, escola e seminário geridos pela denominação foram fechados e seu principal pastor, Wang Yi, preso.
Às vésperas do Natal, os cristãos chineses se organizaram para celebrar a data de forma secreta, com cultos domésticos. Gu Baoluo contou que essa é uma de suas fases preferidas do ano, mas em 2018, não pôde decorar árvores, participar da cantata ou assistir o desfile de Natal. Ao invés disso, cantaram e oraram na casa de um dos irmãos, apresentando a Deus a situação de pelo menos 20 membros da igreja que continuam presos.
A acusação feita pelo governo contra os cristãos é de as igrejas “incitam a subversão” contra o governo comunista. Na legislação do país, há penas previstas de até cinco anos de prisão. Do outro lado, os fiéis têm se valido da tecnologia para driblar a repressão, e o culto doméstico por ocasião do Natal foi organizado com o uso de aplicativos de troca de mensagens criptografados. Dessa forma, compartilharam informações sobre blitz e assédio policial.
Repressão
Renée Xia, diretora internacional da China Human Rights Defenders, descreveu o esforço do governo comunista como uma ação para ferir o “coração da resistência cristã clandestina”. E os fatos corroboram: a repressão aumentou nas semanas anteriores ao Natal. Além da Early Rain, este mês a polícia fechou a Igreja Rongguili, de 40 anos, na cidade de Guangzhou, no sul da China, que tem milhares de fiéis. E em setembro, as autoridades em Pequim ordenaram o fechamento da igreja de Zion, com 1.500 membros, uma das maiores igrejas não oficiais da capital.
O governo exige que grupos religiosos se registrem, e o Partido Comunista Chinês (o único do país) acredita que o cristianismo é a religião que mais cresce na China e representa uma ameaça ao sistema por conta dos valores e ideais que moldaram a sociedade ocidental, como por exemplo os Direitos Humanos.
Uma das ferramentas usadas pelo governo é a intimidação: Li Shuangde, uma professora em Chengdu que faz parte da igreja Early Rain Covenant desde 2011, revelou que as autoridades pediram aos fiéis que assinassem cartas afirmando que não acreditam mais no cristianismo, e que por isso a congregação não tinha escolha senão continuar a existir em segredo. “Nós nos mudamos para o subterrâneo”, disse.
Agora, numa espécie de improviso de segundo grau, os membros da igreja continuam a realizar cultos de domingo, às vezes nas margens de um rio perto da antiga sede da igreja, que ficava em um prédio no centro da cidade.
O pastor da denominação, Wang Yi, divulgou uma mensagem após sua prisão dizendo que “a perseguição do regime comunista à igreja é um crime extremamente cruel”, e que sua posição de sacerdote exigia “condenar estrita e publicamente tais crimes”.
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