Aproximadamente 215 milhões de cristãos dos 50 países que compõem a Lista Mundial da Perseguição experimentam altos níveis de perseguição por sua fé. Isso é quase um em cada doze cristãos no mundo de hoje.
Este é um número estimado pelo centro de pesquisas da Portas Abertas, que ainda mostra que apenas quatro países representam mais de metade deste total: Índia, Etiópia, Nigéria e China.
Na Ásia, o número de cristãos perseguidos é de quase 100 milhões.
Em 21 dos 50 países, a porcentagem de cristãos perseguidos é de 100% da população cristã. Em outras palavras, em 21 países cada cristão no país experimenta um alto nível de perseguição de uma forma ou de outra.
A população total dos 50 países soma 4,8 bilhões de acordo com as estimativas das Nações Unidas, mas a porcentagem de cristãos é de apenas 13%, o que destaca o seu estatuto de minoria. Deste número de cristãos, a Portas Abertas estima que 33% deles enfrentam altos níveis de perseguição.
Na metodologia da Lista Mundial, "alto" é definido como "onde viver como um cristão significa que, embora possa haver uma igreja tolerada que goze de alguma liberdade, na prática cristãos proeminentes são alvos, as próprias igrejas sujeitas a restrições significativas e há restrições também de cristãos em áreas como educação e emprego".
De acordo com os colaboradores da Portas Abertas na pesquisa para a Lista, é lamentável não podermos fornecer detalhes mais específicos dos cálculos, porque os governos e movimentos perseguidores podem utilizar esses detalhes para lançar novas medidas de repressão. Eles especialmente buscam detalhes sobre as igrejas compostas por cristãos ex-muçulmanos em muitos países.
Apesar desses números em tantos países, principalmente na Ásia, África e Oriente Médio, os cristãos ainda têm preferido ficar em seus locais de origem, levar o evangelho a outras pessoas e até morrer com essa missão.
Ficar e morrer
Em casos extremos, um cristão pode simplesmente decidir que sua melhor opção é arriscar sua própria vida pelo evangelho. Eles permanecem nos países, estados e vilas em que são perseguidos e assumem as consequências pela decisão. Os que muitas vezes dão suas vidas em detrimento da perseguição ao cristianismo, surtem um efeito desproporcional para o crescimento da igreja, com seu testemunho de dor e morte que inspira as gerações vindouras.
Um desses cristãos foi o pastor John Njaramba Kiruga. Seu ministério era ensinar a paz entre cristãos e muçulmanos numa região sem lei e perigosa no Quênia perto da fronteira com a Somália, onde o grupo extremista al-Shabaab aterroriza os cristãos. Em abril de 2015, esse grupo atacou e matou 148 cristãos em uma escola em Garissa, e o pastor John estava a caminho de Mandera, na zona de perigo. Este homem teve um sonho que ninguém o desviaria, que os muçulmanos, mesmo nas áreas mais remotas e perigosas, deveriam ter a oportunidade de experimentar a compaixão e o amor dos cristãos. Poucos dias antes de ser morto em julho de 2016, ele enviou um e-mail a um amigo: "Vou para Mandera amanhã. Ore por nós e conosco pelo Quênia. Mandera não é seguro por enquanto, mas precisamos pregar a paz a todo o custo, John". Ao voltar para casa após liderar um treinamento, seu ônibus foi atacado pelos militantes do Al-Shabaab. Ele deixa para trás uma esposa e dois filhos, Ian de 17 anos e Lenny de 9 anos. Embora pareça difícil de acreditar, outras pessoas seguirão John e continuarão seu ministério, tamanho o poder seu testemunho de vida.
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