Centenas de muçulmanos invadiram as ruas de Roma para pedir mais mesquitas. Eles reuniram-se na sexta-feira (21) para uma “oração coletiva” em frente ao Coliseu, um dos cartões postais da cidade. Homens, mulheres e crianças, a maioria imigrantes, carregavam faixas e cartazes pedindo mais “tolerância” ao Islã e protestando pelo que consideram a “insuficiência de mesquitas”. Estima-se que cerca de um milhão e meio de muçulmanos vivem atualmente na Itália.
Um dos argumentos usados por eles é que a construção de um número maior de mesquitas no país tornaria “mais fácil” a vigilância de radicais, que arregimentam pessoas para organizações terroristas. O governo italiano fez uma investida recentemente para fechar locais de culto islâmico em diversas partes do país, classificando-os de “ilegais”. Somente em Roma foram três nos últimos meses.
O ministro do Interior da Itália Angelino Alfano afirmou em agosto que “mini mesquitas em garagens” não seriam mais permitidas. Como parte do serviço de contraterrorismo, a proibição visa diminuir o risco de radicalização, uma vez que esse tipo de local é bastante difícil de monitorar.
Segundo o Daily Mail, um dos que protestavam era Sikdir Bulbul, 41 anos, vindo de Bangladesh, ele mora em Roma há 16 anos. Reclama que a mesquita que ajudou a fundar em 2012 foi fechada em setembro. “As orações de sexta-feira são muito importante para nós, por isso hoje nós viemos até o Coliseu. Caso contrário, onde mais podemos orar?”, questionou.
Centenas de muçulmanos protestam em frente ao Coliseu.
Centenas de muçulmanos protestam em frente ao Coliseu.
O principal organizador do evento foi a Associação Dhuumcatu, que pedia regras mais claras sobre a abertura de mesquitas. Em declaração nas redes sociais, reclamaram: “Estamos fartos da criminalização dos nossos locais de culto. Não há regulamentação clara, e não podemos inventar soluções de forma independente das autoridades”.
O protesto foi criticado por políticos como Gian Marco, que é contra a entrada de mais refugiados no país. “Os muçulmanos decidiram rezar em frente ao Coliseu, cujo aceso precisou ser interrompido. Esta é uma cena inaceitável”, disparou.
O Coliseu tem um grande significado para a história do cristianismo. Ele foi um local do martírio de cristãos durante a cruel perseguição do Império Romano nos primeiros séculos da Igreja.
Também conhecido pelo nome oficial de “anfiteatro Flaviano”, o local hoje possui no seu interior uma grande cruz, com a inscrição: “Este anfiteatro, antes consagrado a triunfos, diversão, e o culto de deuses pagãos, agora é dedicada aos sofrimentos dos mártires purificados das superstições ímpias”.
Profecia Islâmica
Distando cerca de 5 quilômetros do Coliseu fica a sede do Vaticano. Robert Spencer, estudioso do Islã que mantém o conhecido site Jihah Watch lançou um livro ano passado sobre o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Ele explica que, antes da “batalha final”, chamada pelos cristãos de Armagedom, há algumas profecias islâmicas que precisam se cumprir.
Uma das mais importantes é a conquista de Roma, incluindo o Vaticano. O EI fala constantemente sobre a necessidade de se preparar para o retorno do messias muçulmano: o Mahdi.
Segundo Spencer, radicais islâmicos defendem que a conquista de Roma deve ocorrer dentro dos próximos anos, no máximo até 2020. Eruditos muçulmanos ensinam que Maomé profetizou que as duas grandes cidades romanas seriam conquistadas: Roma e Constantinopla. A antiga Constantinopla chama-se hoje Istambul, e já é uma cidade muçulmana.
O Estado Islâmico revelou parte de seu plano em uma publicação on-line onde explicou que pretendia usar células terroristas que já estão reunindo muçulmanos que vivem em solo europeu.
Para ele, a conquista de Roma “será o sinal completo da superioridade do Islã sobre o cristianismo, marcando sua derrota final”. Para evidenciar isso, o papa deverá ser decapitado em praça pública, com a execução transmitida para o mundo todo.
Para o Estado Islâmico, todos os papas foram seus inimigos e que “Francisco continua a esconder-se atrás de um véu enganador de ‘boa vontade’, escondendo suas intenções reais de subjugar o povo muçulmano”.
Argumentam que o líder católico – e todos os cristãos que pensam como ele – “tem lutado contra a realidade” em seus esforços para retratar o Islã como uma religião de paz. Lembra os leitores muçulmanos que pegar a espada para a jihad é sua “maior obrigação”.
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