Muçulmanos extremistas atacaram um grupo de cristãos depois de um encontro de orações na sexta-feira e distribuíram folhetos informando que eles estavam planejando construir uma igreja sem permissão.
Casas e lojas foram incendiadas. Dez cristãos coptas foram feridos em um ataque na vila de Bamha, próximo ao Sul do Cairo, segundo a agência de notícias France Presse.
Centenas de pessoas de ambos os credos se armaram de bastões e machadinhas. Pedregulhos e bombas incendiárias foram lançados uns nos outros.
"Este é um problema recorrente", comentou Sameh Fawzi, um especialista em assuntos coptas, segundo o jornal Los Angeles Times. "Grande parte dos conflitos sectários eclodiu no passado, devido ao embate pela construção de igrejas", explicou.
Pela lei egípcia, nenhuma igreja pode ser construída sem que haja aprovação do governo via decreto presidencial. Entretanto, para a construção de mesquitas, as restrições quase não existem.
Os cristãos coptas - que representam cerca de 10% da população cristã no Egito - freqüentemente reclamam da restrição à construção de igrejas e apontam o fato como um exemplo da discriminação que enfrentam no país. Outra queixa diz respeito à baixa representação deles no governo egípcio, se comparado com o seu contingente no país.
Ainda não está claro entre os próprios cristãos se eles planejam construir uma nova igreja ou se desejam expandir a casa usada para orações - e se, neste caso, a autorização seria necessária.
Na sexta-feira, centenas de policiais interromperam o confronto, depois que pelo menos 27 casas pertencentes a cristãos e lojas foram incendiadas, de acordo com a Reuters.
Outro recente conflito sectário, na mesma vila, em fevereiro do ano passado, resultou na prisão de 32 pessoas. Em abril do mesmo ano um cristão copta de 78 anos foi morto por um muçulmano que atacou três igrejas em Alexandria, segundo a agência France Presse.
Depois disso, o governo classificou o agressor muçulmano como uma pessoa "com problemas mentais", o que gerou revolta entre os coptas. Para eles, houve falha do governo em protegê-los.
Os ataques às igrejas geraram um conflito de três dias e a morte de um muçulmano.
No sábado, as forças de segurança do Egito prenderam 59 muçulmanos ligados aos ataques da sexta-feira. Eles foram acusados de incêndio culposo (de propósito) e de propagarem o sectarismo, segundo a Reuters. Além disso, moradores muçulmanos da vila foram detidos sem acusações para fins de investigação. Nenhum cristão foi preso.
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