Buhari herda uma situação econômica e social muito difícil. A queda do preço do petróleo tem afetado a Nigéria, o maior produtor do produto na África. A escassez de combustível afetou drasticamente o custo de vida, principalmente para as pessoas carentes. Além disso, os jovens do país passam por um desemprego recorde.
O novo presidente também deverá lidar com a corrupção do país e com o extremismo islâmico do grupo Boko Haram, que já custou 15 mil vidas e desalojou 1,5 milhões de pessoas. Apesar dos ganhos militares recentes, a situação é extremamente volátil no nordeste da Nigéria. Pelo menos 43 pessoas foram mortas no dia 23 de maio em um ataque a Gubio, uma comunidade no estado de Borno, no nordeste da Nigéria. Mais de 500 casas foram queimadas e muitos veículos e motos incendiados.
Em seu discurso de vitória, Buhari disse que a peça central de seu governo será a derrota do grupo extremista. "Boko Haram em breve conhecerá a força da nossa vontade e empenho para livrar este país do terror coletivo e trazer de volta a paz e a normalidade a todas as áreas afetadas", disse ele. "Nós não pouparemos esforços até para derrotar o extremismo."
As eleições anteriores de 2003, 2007 e 2011 foram marcadas pela violência generalizada em todo o país. Mais de 800 pessoas morreram após a eleição de 2011. Cristãos pagaram um preço alto demais, com centenas de igrejas e outras propriedades destruídas.
Antes da eleição, centenas de pessoas com medo da violência eleitoral nos estados centrais e no norte do país voltaram às suas cidades de origem, apontou o agência de notícias World Watch Monitor.
Milhares de cristãos se reuniram neste último domingo (24) para comemorar o desfecho pacífico. Os cristãos se reuniram em três locais na cidade de Jos, a capital da região central do estado de Plateau, que tem um longo histórico de violência religiosa.
"Estávamos todos cheios de medo e ansiedade sobre a unidade do país e da violência incontrolável que poderia ser desencadeada com o resultado das eleições. Muitos tinham previsto a desestabilização do país por meio da guerra, da violência e da anarquia", disse um líder da igreja local de Jos.
O presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, em uma reunião discursou dizendo que "felizmente, Deus fez com que as coisas saíssem de forma diferente".
Quando o resultado das eleições foi anunciado, Jonathan chamou Buhari, seu adversário, para felicitá-lo. Um líder cristão local chamou este ato de “O milagre do dia 31 de março” porque acredita que a vontade de Deus prevaleceu e impediu que uma longa guerra acontecesse.
"Hoje, nos reunimos aqui para louvar e honrar a Deus por responder às nossas orações por eleições pacíficas na Nigéria", disse ele durante a celebração do dia 24 de maio. "O que estamos fazendo aqui é entregar a Deus o nosso Estado, o nosso país e nossos líderes para que o Senhor os abençoe.”
"Não se trata de um momento de júbilo triunfal; nem se trata de quem ganhou e quem perdeu, mas de um momento para refletir, orar e buscar a misericórdia de Deus para sairmos de uma política de ódio e nos movermos para uma política de desenvolvimento social e de harmonia.”
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