A pesquisa “Moral e Ética: Quais os Valores que Norteiam os Brasileiros” mostrou que a população do país é mais tolerante à corrupção do que aos atos de blasfêmia.
O levantamento, inédito, mostra que a postura do brasileiro em relação à corrupção é de tolerância, mesmo em tempos de esclarecimento sobre os escândalos envolvendo empresas estatais, políticos com mandato e funcionários públicos.
Já em relação à reverência a Deus, o país de população predominantemente cristã tem uma postura diferente.
Com 400 entrevistados pela empresa Flyfrog, o levantamento mostrou que a maioria das pessoas considera 10 vezes mais grave blasfemar contra Deus do que comprar uma mercadoria roubada.
A mesma medida de comparação foi usada para um caso de aborto, que na visão dos brasileiros, é amplamente mais grave do que pagar suborno ou votar em um corrupto para um mandato. Estes ainda disseram que um divórcio é muito pior que furar a fila.
Essa forma de raciocinar, relativizando delitos conforme a gravidade de suas consequências, talvez seja resultado de uma cultura cultivada a partir de uma doutrinação que prega um Deus punitivo contra aqueles que se rebelem contra Ele, mas compassivo com os “erros menores”.
O sociólogo que idealizou e liderou a pesquisa, Rodrigo Toni, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o trabalho tinha como objetivo jogar luz sobre o comportamento atual do brasileiro sobre os escândalos de corrupção: “Queria tentar entender se as atitudes dos brasileiros no dia a dia condizem com essa briga generalizada que se vê contra a corrupção e crimes de colarinho branco. Em outras palavras, se as pessoas de fato praticam aquilo que cobram das autoridades”, disse.
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