Mais 83 das meninas de Chibok que foram sequestrados em abril de 2014, no nordeste da Nigéria pelo grupo extremista Boko Haram, podão ser libertas em breve, de acordo com um porta-voz do presidente do país.

Cerca de 220 meninas foram levadas a força de suas escolas em 2014, em Chibok no estado norte-oriental Borno, onde o Boko Haram tem travado uma resistência de sete anos. O objetivo do grupo é criar um Estado islâmico, matando milhares de pessoas e deslocando mais de dois milhões de pessoas.

Uma facção do grupo militante libertou 21 meninas na última quinta-feira (13) após um acordo encabeçado pela Cruz Vermelha e pelo governo suíço.

"Estas 21 meninas libertadas devem ter muitas histórias para contar ao governo nigeriano, sobre a facção Boko Haram", disse Garba Shehu, porta-voz do Presidente Muhammadu Buhari.

"A facção disse que está pronta para negociar se o governo estiver disposto a conversar", disse Shehu, acrescentando que o estado está preparado para negociar com o Boko Haram. O grupo que é aliado ao Estado Islâmico disse que o resto das meninas sequestradas estavam sob o controle de Abubakar Shekau.

Ainda na última quinta-feira, o ministro da Informação Lai Mohammed negou relatos de que o Estado havia feito uma troca de presos do Boko Haram para a libertação das meninas e disse que não estava ciente de que qualquer resgate pago. Ele disse que uma operação do exército nigeriano contra o Boko Haram deverá continuar.

Nos últimos dias, o exército nigeriano vem realizando uma ofensiva na floresta Sambisa, um reduto do Boko Haram.

Os militantes controlavam uma faixa de terra do tamanho da Bélgica, no início de 2015. Mas o exército da Nigéria tem recapturado maior parte do território. O grupo ainda pratica atentados suicidas no Nordeste, bem como no vizinho Níger e Camarões.

A notícia da possível libertação de mais 83 meninas chegou ontem. As 21 garotas libertadas na semana passada foram reunidas com suas famílias durante uma cerimônia cristã realizada por elas na capital Abuja.

Uma estudante chamada Gloria Dame disse que as meninas passaram 40 dias sem comida e escaparam da morte por pouco. "Eu estava lá quando um avião lançou uma bomba perto de mim, mas eu não fiquei ferida", disse Dame à congregação.