Detalhes do ataque são imprecisos; várias pontes que ligam a cidade à capital de Borno, Maiduguri, e outras áreas adjacentes foram destruídas em ataques anteriores, e linhas telefônicas foram cortadas.
Peter Biye, um membro do Parlamento, disse ao World Watch Monitor que pelo menos 100 pessoas foram mortas. Os radicais, disse ele, “vieram em massa trajados de uniformes do exército e chegaram em 15 vans, motocicletas e outros veículos, por volta das 5 da tarde. Eles perseguiam todos, atirando indiscriminadamente e matando dezenas de pessoas”, afirmou Biye. “Infelizmente, nós perdemos um importante líder da igreja, pastor Musa Ayuba, da Igreja COCIN”.
A COCIN – Church of Christ in Nations (Igreja de Cristo para as Nações, tradução livre) com sede na capital do país, confirmou a morte de Ayuba. Ele era encarregado de uma igreja em Guduf, uma pequena comunidade a leste da cidade de Gwoza. Ele foi morto enquanto tentava fugir do ataque.
Os rebeldes queimaram um número ainda não levantado de igrejas, lojas, casas e prédios do governo. Centenas de moradores fugiram para as montanhas ao derredor. O paradeiro do líder tradicional da cidade, o recém-instalado Emir de Gwoza, Mohammed Timta, permanece desconhecido. Seu pai e predecessor, Shehu MustaphaIdris Timta, foi morto em 30 de maio por membros do Boko Haram.
Biye disse que tropas do exército posicionadas em Gwoza oferecem pouca resistência aos militantes, que possuem armas sofisticadas, inclusive um veículo blindado.
“O exército costumava vir mensalmente para seu quartel general em Gwoza e voltar para Maiduguri,” disse Biye. “Na segunda-feira, eles deixaram cerca de 150 soldados lá, mas os soldados estavam em número bem inferior ao dos insurgentes. O exército teve que fugir por conta da superioridade do poderio bélico dos militantes.”
Os insurgentes hastearam suas bandeiras pretas e brancas nos edifícios de Gwoza. No dia 21 de julho, militantes do Boko Haram tomaram Damboa, outra cidade principal nesta região densamente povoada, matando centenas e deslocando mais de 15 mil pessoas, de acordo com a Agência de Emergência da Nigéria (Nigeria Emergency Management Agency, em inglês). O exército desde então tem tentado expulsar o Boko Haram de Damboa.
Medo e incerteza
O Boko Haram, sediado no nordeste do estado de Borno, tem intensificado sua campanha nos últimos dias, alvejando vários locais cristãos.
Em 30 de julho, pelo menos cinco igrejas foram destruídas enquanto militantes atacaram Kwajaffa, Tashan Alade e outras comunidades predominantemente cristãs em Hawul, área onde está sediado o governo local, ao sul do estado de Borno. O ataque, realizado com dispositivos explosivos improvisados e bombas de gasolina foi o segundo na área de Hawul em menos de uma semana.
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