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Bishara Awad, fundador do Colégio Bíblico Belém, fala sobre sua vida e ministério

O fundador e diretor do Colégio Bíblico de Belém conta sua história aos colaboradores de Portas Abertas e deixa sua mensagem de Natal aos cristãos da Igreja Livre.

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PA: Você poderia contar algo sobre sua infância e por tudo o que você passou?

Bishara Awad: Quando eu era muito novo, em 1948, nossa família se achou no meio de um fogo cruzado. Nós realmente não sabíamos quem fazia aquilo, mas meu pai morreu atingido por uma bala perdida. Estávamos em guerra na época e não podíamos achar um padre ou um clérigo para fazer as formalidades do funeral. Então minha mãe o arrastou pra dentro e nós o enterramos no quintal. Minha mãe era fiel e lia frases encorajadoras da Bíblia.
Depois de isto ter acontecido, tivemos que sair do lugar. Nos tornamos refugiados e eu nunca mais vi a nossa casa na velha cidade de Jerusalém de novo. Uma família muçulmana nos abrigou em sua casa e nos deu alguns cobertores. Ficamos lá até nossa mãe encontrar um trabalho e fomos enviados para um internato. Eu gastei 12 anos da minha vida no internato. Essa foi a minha situação quando eu era novo.

PA:Como Deus te ajudou, e em que ponto você o conheceu pessoalmente?

Awad: Eu cresci com muito ódio. Meu pai morreu e eu fui colocado em um internato de meninos. Todos os alunos no internato vieram de uma situação similar, e havia muita amargura e ódio entre as pessoas que nos acusavam disso ou daquilo. Quando eu fiz 17 anos, aceitei o Senhor como meu salvador pessoal e andava com Ele, mas não conseguia escapar desse ódio. Eu tinha escolaridade para ir para os Estados Unidos, e quando voltei, fui colocado na administração de um orfanato. Então vi todas as crianças naquela escola tendo o mesmo ódio que eu tinha. Eu sabia que Deus não poderia me usar nessa situação, quando eu sentia o mesmo que as crianças. Fui ao Senhor em oração e lhe pedi que me perdoasse. Aquele foi o momento em que o Senhor me encheu com Seu amor e Seu espírito e começou a me usar. Ao mesmo tempo, eu comecei a escola bíblica no orfanato. Nós acabamos de celebrar 25 anos, tudo por causa daquela pequena experiência onde Deus me liberou do ódio.

PA: Foi preciso muita fé para iniciar o Colégio Bíblico, especialmente porque você só tinha 20 dólares. Você pode nos dizer como Deus providenciou tudo para você?

Awad: Bem, é maravilhoso. Nós sabíamos desde o começo que esse Colégio Bíblico era para Deus, e eu acredito que Ele viu que poderíamos ter o Colégio Bíblico. Era um sonho poder começar alguma coisa aqui para o nosso povo palestino. Aqueles palestinos poderiam estudar a Bíblia, bem aqui em Belém, ao invés de terem que ir ao exterior e nunca mais voltarem.
Eu vim com meu sonho e o compartilhei com todos os pastores da região. Eu lhes disse: "Nós precisamos de um Colégio Bíblico bem aqui", Todos concordaram e disseram: "Awad, vá em frente". Uma pessoa foi mais encorajadora e me deu um cheque de 20 dólares. Eu realmente não estava preparado para isso. Mas mesmo assim, nós começamos o Colégio Bíblico treinando nove alunos à noite para se tornarem professores. Eu pedi aos missionários para virem nos ajudar porque não havia professores por perto, e sem dúvida, os missionários vieram. Lentamente, nós treinamos os professores, principalmente palestinos. Agora nós temos uma bela escola bíblica que treina líderes nativos para as igrejas, e nós temos pastores que se graduaram no colégio e estão pastoreando e plantando igrejas. É muito bonito o que Deus pode fazer com apenas 20 dólares

PA: Quais são alguns dos maiores desafios que você enfrenta nesse lugar atualmente?

Awad: O maior desafio no momento é a política. Nós temos que encarar o fato de que alguns evangélicos acham que essa terra só pertence aos judeus. Mas quando nós olhamos na Bíblia, não podemos ver isso. Queremos seguir Jesus e ser obedientes à palavra de Deus. Desta maneira, nós não podemos chegar a um acordo com alguns evangélicos dizendo que essa terra pertence apenas aos judeus. Uma opinião como essa quer dizer que não há nenhum espaço para nós aqui, nenhum espaço para a minha família, apesar de sermos cristãos e seguidores de Jesus. Parece que, por sermos palestinos, não pertencemos mais ao Reino de Deus. Mas nós sabemos que Deus nos ama e tem um grande plano para todos nós.
Outro grande desafio é o fechamento, a separação que temos aqui. Estamos em Belém, e para muitos estudantes não é possível visitar Jerusalém ou outros lugares que queiram ir. É sempre um desafio conseguir uma permissão, mas nunca desistimos. Nós sempre continuamos a pedir aos estudantes para irem em uma retirada ou outro evento para poderem deixar o país. Nós nunca aceitamos um não. Continuamos pressionando e orando. Os chefes de polícia e seguranças nos conhecem e sabem que somos pessoas pacíficas, que nunca atiramos pedras. Também dizemos a nossos alunos para procurarem por maneiras pacíficas, porque a Bíblia nos diz: 'Bem-aventurados são os pacificadores'. Dessa maneira, quase tudo aqui é como um desafio.

PA: Eu mesmo vi, na rua onde estamos, os buracos de balas na placa do Colégio Bíblico de Belém. Você pode descrever a luta que aconteceu aqui uma vez?

Awad: Em 2002 o exército israelense com seus tanques, jipes e outros equipamentos militares, entrou em Belém. Para nós foi uma surpresa. Parecia que Belém tinha se tornado um campo de batalha, e você podia ouvir tiros por todo lugar. Os aquecedores solares e muitas janelas do Colégio Bíblico de Belém foram derrubados, e havia muitos buracos grandes nas paredes. Por um mês inteiro fomos postos sob completo toque de recolher e não podíamos sair de maneira nenhuma. O exército israelense até aprisionou a Igreja da Natividade, e ela não pôde ser usada para nenhuma cerimônia ou funeral.
Para mim, o que aconteceu é uma vergonha para todos os cristãos. Às vezes eu acho que os cristãos não se levantam pelos seus direitos quando o assunto é Israel. Estão tentando lutar por outros caminhos, mas, de alguma forma, Israel é intocável. Eu acho que não deveria. Se amamos Israel, devemos ser capazes de lhes dizer que algo está errado. Isso é amor de verdade.

PA: Você tem uma casa de hóspedes adorável. Um cômodo tem um nome especial e é chamado O Contrabandista Inn, em homenagem a um amigo particular de vocês. Nos conte sobre ele e sobre a sua amizade.

Awad: Esse cômodo é chamado O Contrabandista em homenagem ao irmão André, o contrabandista de Deus. Ele costumava contrabandear Bíblias para a Europa Oriental e para comunidades russas.
O irmão André nos visita pelo menos duas ou três vezes por ano, e foi nosso principal orador na graduação e celebração dos 25 anos do Colégio Bíblico Belém esse ano. O irmão André é um amigo chegado. A razão pela qual ele vem até Belém, para estar com a igreja aqui, é porque ele sente fortemente que a igreja é uma igreja sofredora. E se há uma igreja sofredora, ali você vê o irmão André. 
A Igreja Cristã aqui está morrendo lentamente, e nós somos muito gratos a Portas Abertas e ao irmão André, que se importam conosco. Cada vez que ele vem, fica em seu próprio quarto: "O Contrabandista Inn".


PA: Como você gostaria que estivéssemos orando por seu ministério?

Awad: Eu gostaria de pedir às pessoas do ocidente que orem pelo colégio, pelos alunos. Muitos alunos têm problemas em pagar as pequenas taxas agora mesmo. Orem para que o Senhor providencie.
Orem por paz. Nós, os palestinos, queremos paz, e eu também sei que os israelenses querem paz. Temos que trabalhar o plano de paz em conjunto. Por favor, ore para que Deus também proteja o Colégio Bíblico a fim de que essa luz para o Senhor Jesus Cristo continue.
É uma benção para nós saber que pessoas no mundo todo estão orando por nós. É assim que Deus nos sustenta e nos mantém no caminho onde estamos. Somos pessoas felizes. Mesmo estando sob ocupação ou sob um cerco, eu acredito que somos mais felizes que nossos ocupantes.

PA: Quando cantamos músicas de natal, como Pequena Cidade de Belém, e Noite de Paz, uma figura muito pacífica vem às nossas mentes. Você pode descrever o que realmente é celebrar o Natal bem aqui?

Awad: Aqui é Belém; aqui é onde tudo começou. Em Belém, os cristãos de diferentes contextos podem ser encontrados. A maioria deles são gregos ortodoxos ou católicos. Essas igrejas têm momentos diferentes para celebrar o Natal. Na noite de Natal, dia 24 de dezembro, o patriarca latino vem. No dia 7 de janeiro, o patriarca grego ortodoxo faz uma grande entrada em Belém, com cavalos, baterias e escoteiros.
Nós, evangélicos, celebramos o Natal como todo mundo. Temos árvore de Natal, presentes, ficamos em família e temos cultos. Outra coisa que o Colégio Bíblico Belém faz para ser uma luz, apoiando a comunidade, é organizar uma grande reunião e convidar mais de mil pessoas para o Hotel Belém por volta do dia 21 ou 22 de dezembro de cada ano. Nós temos uma noite de oração e música, e alimentamos todas essas pessoas, todos cristãos palestinos.
Durante esta noite, temos preletores. O irmão André foi o preletor desse evento uma vez. Temos esquetes e igrejas trazem seus próprios corais. Contamos às pessoas uma mensagem maravilhosa sobre Jesus, que Ele nos ama e que não somos esquecidos. Nós lhes contamos que talvez a igreja de fora pode ter esquecido, mas que eles não são esquecidos por Deus. Muitas pessoas são tocadas e muitos aceitam Jesus como seu Senhor e Salvador nesta ocasião. A cada ano temos por volta de 40 a 60 pessoas apresentando-se e aceitando o Senhor Jesus.

PA: Finamente, que mensagem você gostaria de dar aos nossos leitores que estão celebrando o Natal, ao pensarem na atual situação de Belém? Como devemos orar por vocês?

Awad: Sim, precisamos de suas orações. Estamos aqui e queremos continuar aqui. Visite seus irmãos e irmãs em Belém. Se você vier a Belém, não venha apenas para ver pedras e grandes catedrais, mas venha e veja as pedras vivas. Há uma igreja viva aqui em Belém. As pessoas têm que saber que aqui há palestinos cristãos.
Além disso, orem para um pequeno entendimento sobre o que está acontecendo aqui. Não ouça apenas um lado, achando que você tem a verdade. Há dois lados em todas as situações, e nós, cristãos palestinos e outros palestinos, sentimos que somos as pessoas mais mal-compreendidas. E precisamos que vocês nos entendam. Para entender, você precisa escutar a situação ou precisa ler livros sobre ela. Não viva de um lado, achando que é só isso. Deus os abençoe e feliz Natal para todos vocês.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/entrevistas/2004/12/noticia1539/


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