Bienal do Livro em Minas atrai público aficcionado por leitura, com presença também de editoras cristãs
Entre os dias 15 a 25 de maio, BH sediou mais uma edição da Bienal do Livro. É a primeira vez que o evento se realiza no Estado. E o público mineiro soube mesmo aproveitar o evento. Segundo informações da Fagga Eventos, empresa organizadora da Bienal, cerca de 225 mil pessoas compareceram ao local, que serviu também de ponto de encontro de estudantes, professores, alunos, universitários, escritores, músicos, artistas e também familiares – que têm na literatura não só as ferramentas de trabalho e fonte de inspiração, como também sua paixão e até mesmo seu modo de vida.
Das cerca de 225 mil visitas na feira do livro, 28 mil foram de escola e 197 mil do público em geral (segundo dados da Fagga). Conforme levantamento também da organização, “76% das pessoas que passaram pela Bienal adquiriram uma média superior a três livros, totalizando, aproximadamente, meio milhão de exemplares vendidos”.
Aficionados também por literatura, já que temos nela uma de nossas fontes de pesquisa, fomos conferir o que “rolou” por lá. Aqui vai o que vimos.
O ambiente
Não poderia ser melhor. Circulando pelos inúmeros corredores, sugestivamente sinalizados com placas que faziam referência a autores consagrados da literatura brasileira, o que se via era só deslumbre e contentamento de todo o público presente, que mal cabia em si de êxtase por estar tendo acesso fácil a um acervo relativamente imenso de material literário, publicado pelas editoras que ali marcaram presença, material esse disponível para a venda a preços acessíveis ao bolso da maioria.
O público
Prova de que a literatura parece não reconhecer limites ou fronteiras como sexo, idade ou cultura é a presença quase que em massa do público na Bienal. Entre o corredores apertados pelo vai-e-vem de gente ou nos diversos estandes ou espaços dedicados a leitura, podia se ver crianças de colo, juniores, pré-adolescentes e adolescentes, jovens, adultos e idosos de olhares atentos, perdidos e imersos nesse tão vasto mundo de saber e cultura, capaz de unir gerações, tendo como elo de ligação o livro.
O que rolou
Teve de tudo na Bienal. A título de amostragem, destacamos:
Café Literário – espaço em que se deu a interação de leitores com autores e personalidades, com realização de bate-papos informais abordando assuntos como humor, cinema, preferências culturais, música, teatro, entre tantos outros. Falou-se da literatura em conjunção com outras formas de linguagem artística – como o cinema, as artes plásticas ou visuais, o teatro e a música.
Arena Jovem – voltado ao público adolescente com apresentação e debate de assuntos pertinentes à realidade dessa moçada como conflitos de família, meio ambiente, relacionamento, futuro profissional, vícios, moda, entre outros. Para debater o assunto, autores, intelectuais, artistas, personalidades e profissionais ligados ao tema foram convidados.
Atividades infantis – destinada ao público mirim, com leitura de contos e de apresentações teatralizadas com roteiros e textos especiais (“o fantástico mundo do livro”)
Eventos Nobres – em que se prestou homenageou a escritores brasileiros, como Guimarães Rosa, Machado de Assis e Fernando Sabino, além da formação da mesa “O que é uma vida dedicada à poesia?”, com o poeta Affonso Ávila.
Editoras cristãs
Além de várias estandes com títulos e obras para todos os gostos, a Bienal do Livro contou também com a presença de grandes editoras cristãs como a CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus), a Hagnos e a Editora Betânia.
A presença dessas editoras cristãs foi válida e importante, uma vez que as mesmas puderam disseminar a Palavra nas suas mais diversas formas, incluindo a literatura. Foi também uma oportunidade de mostrar o que cada uma tem publicado nesse mercado tão promissor como o de livrarias. Eis a avaliação de quem esteve lá:
“Nossa participação como evangélicos na Bienal foi importante, embora não fôssemos muitos como editoras representadas. Percebemos uma boa aceitação do público pelo fato de nos verem inseridos no meio secular disseminando a Palavra com nossos títulos de obras”. (Jonathas Paiva – Gerente Administrativo da Editora Betânia)
“Já tive a oportunidade de participar de três bienais no Rio de Janeiro e aqui em BH foi a primeira. E foi uma experiência diferente. Percebo que esse é um trabalho que deve prosseguir nos próximos anos como incentivo a leitura e também à inserção das editoras cristãs no mercado literário. Em relação ao estande, vi não só num público evangélico, mas também num católico e não evangélico ou sem religião declarada um interesse pela Bíblia, principalmente pela parte histórica e arqueológica e comprovações científicas. E velocidade de nosso produto tem sido um atrativo”. (Max Santos – da Ilumina)
Essa é uma pequena amostra do que rolou na Bienal do livro em Minas. Se tivesse de traduzir em palavras o que aconteceu, a palavra seria uma só: vai ficar na memória. Sem trocadilhos, claro.
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