Protestos de rua iniciados por monges budistas e uma severa repressão sobre as pessoas que protestam contra a ditadura militar no poder afligem este país do sudeste asiático há duas semanas. O governo, como parte da tentativa de reprimir os protestos que conseguiram captar a atenção internacional, enviou agentes aos escritórios de várias organizações cristãs.
O serviço de imprensa da Aliança Mundial Batista (AMB) informou que a Convenção Batista de Mianmar (CBM, a sigla em inglês), com escritório localizado em Rangún, sofreu vistoria das autoridades. O Conselho de Igrejas de Mianmar (CIM) também foi fiscalizado.
“Os oficiais de segurança vieram várias vezes e nos registraram depois de uma reunião com alguns estrangeiros,” comentou um líder batista. “Creio que estão nos observando e nos interrogando pelos protestos dos monges.”
A CBM emitiu programa especial de orações do dia 28 de setembro a 4 de outubro em todas as igrejas batistas de Mianmar, mas por razões de segurança não declarou o que foi pedido nas orações. As igrejas cristãs geralmente são suspeitas de serem agentes do Ocidente, especialmente de países europeus ou dos Estados Unidos.
Os batistas concentram-se nas tribos como os Karen, Kachi, Chin e outras minorias tribais que sofrem perseguição por parte do governo militar. Os batistas do Estado Karen, majoritariamente formado pela tribo Karen, são presos freqüentemente, interrogados e inclusive torturados.
Ao fazer uma análise dos perigos enfrentados pelos cidadãos de Mianmar, a AMB declarou, em resolução firmada na reunião do Conselho Geral, em julho do ano passado, na cidade de Méjico, que “ratificamos nossa solidariedade com a população civil de Mianmar que sofre sob o regime militar imposto no poder desde 1962”. A resolução reivindicava que as Nações Unidas tomassem ação apropriada para a proteção da vida e dos direitos dos cidadãos de Mianmar, incluindo o direito à liberdade religiosa.
Mianmar tem uma das maiores populações batistas da Ásia e uma das convenções com crescimento mais expressivo no mundo batista. A CBM duplicou seu tamanho desde 1995, crescendo de 600 mil membros para 1,1 milhão de crentes batizados.
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