No mês passado, a UCA News informou que o Supremo Tribunal de Bangladesh decidiu finalmente analisar a petição que inclui o islã como religião oficial do estado. "Levando em conta os recentes ataques contra as minorias religiosas pelos muçulmanos radicais, acredito que essa audiência seja muito necessária. O problema é que só analisar não resolve, é preciso tomar uma atitude", comenta um dos analistas de perseguição. A Suprema Corte já rejeitou alguns pedidos de ativistas seculares para retirar do islã o status de religião do Estado. "Os defensores da petição argumentam, há décadas, que o Estatuto do Islã como religião do Estado entra em conflito com a Constituição secular de Bangladesh e discrimina os não-muçulmanos. A petição foi apresentada pela primeira vez há 28 anos", diz o analista.
Bangladesh foi declarado um Estado laico após sua independência em 1971, quando se separou do Paquistão. Mas durante o governo militar do general Husain Muhamad Ershad, o islã foi declarado a religião do Estado. "Então o país tem uma teoria secular, mas continua seguindo algumas leis islâmicas, especialmente em áreas rurais. É um país de contradições. Ao mesmo tempo em que é laico, cogita introduzir a sharia", comenta o analista. De acordo com os relatórios da Portas Abertas, os atuais argumentos que rejeitam o islã vieram logo após uma série de ataques contra pessoas de outras religiões, como os hindus, cristãos e as minorias xiitas.
Um oficial da polícia de Bangladesh disse: "Nós realizamos várias detenções e a maioria dos acusados reivindicam os ataques ao Estado Islâmico". A igreja no Bangladesh tem vivido grandes desafios, por estar num país onde as autoridades não se definem. Os cristãos convertidos do islamismo ou budismo são os que mais enfrentam perseguição. Há inúmeros relatos de cristãos que têm desistido de suas lojas ou empresas devido à pressão que enfrentam pela maioria muçulmana. Convertidos são excluídos de suas famílias com certa frequência e seus filhos encontram dificuldades em se matricular em escolas. Filhos de pais recém-convertidos enfrentam preconceito de professores e colegas de classe. Mesmo assim, o número de novos convertidos ao cristianismo continua crescendo. Ore por essa nação.
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