Liu Fengang, um cristão morador de Pequim, foi abordado, assaltado e detido para interrogatório no último dia 15 de maio. Ele se dirigia à festa de aniversário de Qi Zhiyong, um sobrevivente do massacre na Praça Tiananmen em 4 de junho de 1989.
A família de Fengang também foi ameaçada - ela teria problemas caso tentasse chamar a atenção das pessoas para a prisão dele.
Fengang não estava só. No dia de sua prisão, muitos ativistas e defensores de direitos humanos que honravam o incidente de 4 de junho foram detidos pela polícia. O próprio Zhiyong foi levado para a cidade de Tianjin e libertado no dia seguinte. Ao mesmo tempo, Fengang era agredido.
Por volta de 7h15 fui abordado por um policial à paisana nas escadas do meu prédio, conta Fengang, que já foi detido duas vezes.
Depois de me desvencilhar dele, consegui descer a escada. Mas, então, outros policiais me confrontaram, dizendo que não tinham um bom motivo nem uma base legal para me deter, mas eles simplesmente não podiam me deixar sair do prédio.
Fengang tentou andar longe dos policiais, mas foi abordado de novo por dois policiais à paisana. Mais dois agentes de segurança detiveram Fengang e o algemaram. Ele foi levado à delegacia de Baizhifang no distrito de Xuanwu para ser interrogado, e foi libertado às 15h30 daquele dia. Mas, desde então, segundo afirmou Qi Zhiyong, policiais à paisana não deixam que Fengang saia de sua própria casa.
A abordagem da polícia ocorreu pela manhã, atraindo a atenção de mais de cem pessoas.
Fengang mencionou que a polícia o atacou mesmo sabendo que ele havia passado por uma cirurgia no coração. Foi desumano, ele comenta.
Na delegacia, os policiais que o detiveram acusaram Fengang de prejudicar o trabalho público, agressão e ameaçar a paz.
Como eu poderia interferir no trabalho público se eu nem havia saído de casa? Além disso, sou um cristão, então, como eu poderia sair por aí agredindo as pessoas sem motivo?, Fengang disse em resposta às acusações.
Alguns policiais lhe confessaram mais tarde que sabiam que agiam de forma ilegal, mas, se o deixassem ir, perderiam seus empregos.
Qi Zhiyong, outros defensores de direitos humanos e ativistas cristãos se mostraram preocupados com essa prisão ilegal, e todos eles visitam a casa de Fengang. Qi Zhiyong ainda disse que seus irmãos e irmãs oram e agradecem a Deus pela coragem e tolerância de Fengang durante essa situação.
Pequim recebe muitos grupos de fora na época de 4 de junho. À medida que a data se aproxima, a polícia alertou Fengang de que todas as ações dele serão bem vigiadas.
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