Um homem de 25 anos confessou recentemente ter matado dois pastores na cidade de Hyderabad, Andhra Pradesh, sul da Índia.
O acusado disse que foi inspirado por Dara Singh, um ativista hindu condenado pelo assassinato do missionário australiano Graham Staines e seus dois filhos, de 11 e 7 anos, em janeiro de 1999.
No dia 30 de junho, a polícia disse que prendeu outros 5 suspeitos e afirmou que eles planejavam matar outros cinco ministros cristãos, de acordo com a reportagem do "Indo Asian News Service".
O comissário de polícia V. Dinesh Reddy disse que dois ou três outros pastores estavam na lista e que a quadrilha já os havia ameaçado.
Os dois assassinatos que chocaram a comunidade cristã de Hyderabad aconteceram em maio. O corpo do pastor K. Daniel, um pregador de Kummarvadi, foi encontrado na periferia da cidade no dia 20 de maio, apresentando marcas que sugeriam um ataque com ácido. O corpo do pastor Isac Raju, que havia desaparecido no dia 24 de maio, foi encontrado em 2 de junho.
A polícia prendeu Kokala Govardhan, que confessou os assassinatos, na terceira semana de junho. Dois outros cúmplices ainda estão foragidos.
Goverdhan disse aos repórteres que Dara Singh, condenado pelo assassinato de Graham Staines, inspirou-o a matar os pastores.
"Matando os dois pastores, queríamos mostrar ao mundo que qualquer um que tente converter os hindus ao cristianismo encontrarão o mesmo destino", afirmou.
Singh, que recentemente foi sentenciado à prisão perpétua, foi condenado por queimar Graham Staines e seus dois filhos enquanto eles dormiam em um Jeep, no distrito de Baripada, ao leste do estado de Orissa.
Junto com centenas de extremistas hindus rodeando o Jeep, Singh ateou fogo ao veículo e bloqueou todas as saídas possíveis. Singh e seus companheiros tinham acusado Staines de administrar um "campo de conversão" em Baripada. Staines e sua esposa administravam um centro médico para pacientes leprosos.
Logo depois dos terríveis assassinatos, a viúva de Staines disse que tinha perdoado os assassinos de seu marido e filhos. "Se não perdoamos os homens pelos erros que cometem, como podemos ser perdoados?", repetiu ela em recente entrevista à BBC.
As penas de prisão perpétua na Índia normalmente duram no máximo 14 anos. Com a prisão de Govardhan e a chocante revelação de que Singh o inspirou a matar os pastores, grupos cristãos na Índia dizem que Singh precisa receber uma pena mais dura como advertência aos outros extremistas.
O Conselho Global para Cristãos Indianos (Global Council for Indian Christians - GCIC) planeja entrar com um pedido de revisão de pena na Suprema Corte, pedindo que a prisão perpétua de Singh seja convertida em pena de morte.
O GCIC também pediu ao primeiro ministro Manmohan Singh para providenciar segurança adequada aos cristãos na Índia. Na petição ao primeiro ministro, a organização disse que "os ataques planejados contra os cristãos visam intimidar os cristãos e impulsionam os radicais hindus a manter a panela do ódio fervendo o tempo todo."
A agência All India Christian também apóia a petição, apesar de seu presidente, John Dayal, ser contra a pena de morte.
"Sempre dissemos que a recompensa da prisão perpétua para Dara Singh teria seria conseqüências", disse Dayal. "De que evidência maior precisamos do que esse caso, em que o próprio assassino afirma que Dara Singh o inspirou?"
Por essa razão Dayal apóia a petição do GCIC. "Pessoas como Dara Singh devem receber uma punição exemplar", defende ele.
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