Esta mesquita foi devolvida à comunidade islâmica em 1992, agora a comunidade teme que será expulsa não pela polícia violenta mas sim por juízes. As autoridades querem transformar a mesquita em um museu de carpetes como era no tempo em que o Azerbaidjão fazia parte da União Soviética.
Nós recebemos um aviso verbal de que seremos levados à corte, informou ao Forum18 Najaf Allahverdiev, irmão do imam que se encontra na cadeia, na mesquita durante cumprimento do final de semana do Id al-Adha (Kurban Bairam ou Festival do Sacrifício). Ele disse que até 20.000 pessoas tinham cumprido o Id al-Adha na Juma, com orações dirigidas pelo imam Adil Huseinov. É um importante passo de que a violência foi revertida, declarou Allahverdiev ao Forum18.
A audiência na corte do bairro de Sabail na capital Baku deve acontecer dentro de poucos dias, no entanto Allahverdiev disse hoje (02 de fevereiro) que eles não receberam nenhum documento até então. Há um pequeno temor de que eles possam realizar a audiência sem nosso conhecimento, e mesmo assim seria ilegal.
Enquanto isso, Rafik Aliev, chefe do Comitê Estadual para o Trabalho com Organizações Religiosas, disse ao Forum18 que o imam Ilgar Ibrahimoglu Allahverdiev irá a julgamento no dia 15 ou no dia 16 de março, junto com oposicionistas e partidários acusados de terem promovido protestos nas ruas contra as últimas eleições presidenciais ocorridas em outubro passado. Ibrahimoglu rejeita todas as acusações de organizar, incitar ou participar nesses protestos.
Falando ao Forum18 no dia 30 de janeiro, Aliev insistiu que a comunidade da mesquita de Juma estava ocupando o prédio deste templo de maneira ilegal. Eles não possuem nenhum documento que provam que eles ocuparam o prédio de forma legal desde a primeira vez em 1992, alegou. Ele disse que como um monumento histórico o prédio pertence ao Ministério da Cultura. Eles confiscaram. Interrogado o por que disso, se isso fosse o motivo, o assunto está sendo levantado depois de 12 anos, Aliev assumiu que a mesquita está ilegal pois se recusa a se subordinar ao Corpo Muçulmano Caucasiano como requere a lei religiosa. Interrogado como seu comitê pode exigir tal requerimento que vai contra os compromissos de liberdade religiosa do Azerbaidjão, Aliev declarou: Eu tenho que aplicar a lei do jeito que ela é.
Aliev então mudou sua reclamação novamente, acusando Ibrahimoglu e a mesquita como um todo de perseguir metas políticas. A mesquita não se dedica em obras religiosas mas sim em obras políticas, disse ele ao Forum18. Eles comandam atividade anti-governo - eu até tenho um de seus panfletos. Perguntado porque ele estava declarando Ibrahimoglu culpado antes que ele tivesse sido condenado de qualquer coisa na corte, Aliev respondeu: A corte irá decidir se ele é culpado ou não. No momento ele é inocente. A investigação ainda está em seu processo. Ele disse que não pretende comparecer no julgamento de Ibrahimoglu.
Deopis de uma reunião no dia 31 de janeiro, a IRLA do Azerbaidjçao (Associação Internacional de Liberdade Religiosa), Devamn (Centro de Proteção para Liberdade de Crença e Consciência) e o Comitê para a Proteção dos Direitos de Ilgar Ibragimoglu viram com bons olhos a pressão internacional sobre as autoridades do país que, crêem eles, evitaram um ataque violento para confiscar a mesquita.
Mas agora um modo diferente de represália foi adotado parecendo ser menos agressivo, declararam eles. Mas eles temem que a decisão das autoridades municipais de levar o assunto à corte, de acordo com a mídia local, seja improvável para protegê-los já que para eles a corte é dominada pela maioria no poder, esse é o ponto de vista do Human Rights Watch de Nova Iorque feito em janeiro sobre a linha dura das autoridades em meio à eleição presidencial. É lógico que não haverá qualquer espécie de audiência imparcial.
Os defensores da mesquita no IRLA observam que 749 membros já manifestaram seus protestos contra a ameaça de fechar a mesquita. Mas as autoridades, representadas por Rafik Aliev ignoram totalmente a vontade dos fiéis e continuam a política de violação da liberdade religiosa. Em entrevistas concedidas tanto para canais de TV como para estações de rádio Rafik afirma que a comunidade será forçada a deixar a mesquita.
Eles disseram que as autoridades municipais avisaram que eles estão pressionados pela promotoria que está investigando o caso de Ibrahimoglu.Em outras palavras, está claro que as represálias contra os fiéis são uma continuação da punição de Ibrahimoglu por seus direitos humanos e atividades educacionais.
Os defensores da mesquita Juma ressaltam que não é somente essa mesquita que está enfrentando problemas. Outro membro da IRLA, a Igreja Batista, também está sofrendo perseguição, eles disseram que notícias da televisão declararam que a igreja histórica que os batistas construiram na rua Azadlyq no centro de Baku antes da tomada Soviética não será devolvida aos seus representantes,o interessante é saber que a intenção é transformar essa igreja também em museu. Os batistas estão em busca de ter de volta o templo desde o fim do período comunista, até agora sem sucesso. Junto com os adventistas, os batistas são os partidários de Ibrahimoglu mais fortes e da mesquita Juma.
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