Um proeminente arquiteto e progressista alemão disse que, a fim de melhor integrar os imigrantes muçulmanos, as igrejas cristãs deveriam ser demolidas, dando espaço para que mesquitas "mais visíveis" sejam construídas nos mesmos espaços.
Entrevistado pelo periódico Die Tageszeitung, Joaquim Reinig argumenta que Hamburgo necessita construir mais mesquitas. Ele disse que apenas mesquitas poderiam integrar ativamente os muçulmanos que as autoridades alemãs não conseguem alcançar. O jornal perguntou ao arquiteto se ele realmente acreditava que as mesquitas poderiam ajudar na integração dos imigrantes em vez de “perpetuar sua forma de vida ancestral”. Ele respondeu que, a fim de integrar adequadamente as pessoas em um país estrangeiro, os imigrantes não devem ter medo. E isto deve ser feito, pensa Reinig, pela construção de mesquitas “extremamente visíveis”.
“Um minarete [as famosas torres das mesquitas] visível na arquitetura moderna é uma mensagem aos imigrantes: Não tenham medo de perder sua identidade na sociedade”. Reinig expõe que as mesquitas são um sinal de integração, pois demonstram aos muçulmanos que eles podem construir sua vida na Alemanha enquanto podem manter sua fé. Ele observou que os trabalhadores visitantes turcos, que chegaram ao país em gerações passadas, não precisaram mais retornar a Turquia. “Uma vez que eles tinham filhos e netos na Alemanha – ele argumenta – os trabalhadores relativamente seculares da Anatólia relembraram sua religião”
Na entrevista, Reinig observou que um relatório de 2013 que ele tinha co-escrito declarou uma “necessidade urgente” para a construção de mesquitas na região. Ele explicou que, em resposta ao relatório o político ‘verde’ Stefanie Berg pediu uma “mesquita em cada bairro”. O Senado de Hamburgo, com auxílio de Reinig, observou 42 mesquitas na região. Também prestaram atenção para a língua em que pregam, documentando o tamanho das mesquitas e o “trabalho comunitário” em que se envolvem.
Reinig explica que o Senado de Hamburgo trabalhou em “estreita colaboração” com a União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (Ditib), que muitos ministros alemães criticaram pela entidade ser controlada pelo governo turco. Como não há muito espaço para as mesquitas em Hamburgo – continua Reinig – “muitas igrejas cristãs na região precisam ser abandonadas”. Na opinião do arquiteto, existem teoricamente cerca de 50 boas localizações para mesquitas. Segundo o mesmo, cerca de 3% dos cristãos alemães (23.000 pessoas) vão à igreja na região em comparação com os 17.000 muçulmanos que atualmente frequentam as mesquitas em Hamburgo.
Perguntado se ele pode causar uma reação por transformar igrejas em mesquitas, o progressista diz que pensou que demolir igrejas é mais fácil que converter os islâmicos, complementando que “judeus, cristãos e muçulmanos, como membros de religiões abraâmicas, são teologicamente irmãos e irmãs (…) como se tem muitas semelhanças, não é preciso ter medo”.
O fato de Reinig ser progressista não impediu a preferência pela construção de mesquitas para os imigrantes, nem o lobby pelo financiamento de um museu da imigração em Hamburgo. “No distrito de Veddel já existe um museu da imigração, mas a história dos imigrantes, “trabalhadores convidados”, devem ser documentadas agora, enquanto eles ainda estão vivos”, argumenta Reinig.
Perguntado sobre os atentados perpetrados por islâmicos, o arquiteto explicou que as “42 comunidades muçulmanas em Hamburgo não apresentam perigo (…) levam uma vida normal. Estão longe de serem terroristas” e que “comunidades habitadas por muçulmanos não são um alvo dos terroristas”.
No início deste mês, quatro sírios foram presos por conspirar ao “estilo francês” de ataques a bombas e tiroteios em massa na Alemanha. O Ministério da Justiça do país revelou que estão sendo investigados mais de 180 suspeitos de terrorismo na Alemanha, com ligações para o Estado islâmico.
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