As lutas na vida de Juliana começaram em 2004, quando seu marido foi atacado e morto por um grupo de extremistas. Os assassinos atacaram a vila onde a família morava e atearam fogo à casa de Juliana, deixando-a empobrecida e com o futuro incerto. Quando menos esperava, ela teve de assumir o cuidado e a provisão de seus filhos sozinha.
Um tempo depois, Juliana e suas três crianças mudaram-se para uma cidade próxima. Ela lavava roupas nas casas de outras pessoas para pagar pela comida e estudo de seus filhos. Um dia, enquanto caminhava para o trabalho, Juliana foi atropelada por um carro. O motorista fugiu, deixando-a inconsciente, com uma perna quebrada e sangrando muito. Felizmente, um "bom samaritano" a ajudou a chegar até a calçada e chamou a polícia. Ela foi levada para o hospital, mas, devido à fratura, teve de amputar sua perna.
Pela segunda vez, Juliana sentiu seu mundo desmoronar. Ela ficou sob observação médica por alguns meses até receber alta do hospital. Em janeiro de 2011, ela e seus filhos foram morar em Tafawa Balewa, uma área cristã da Nigéria. Lá, ela matriculou seus filhos no ensino médio graças ao apoio de uma igreja local que ficou sabendo de sua situação. Por muito tempo, Juliana encorajou suas duas filhas e seu filho a pensar e orar sobre o futuro, para que Deus o tornasse possível. Diana, Maryamu e Peter sempre a encorajaram também. Eles eram uma família muito unida.
Porém, outra calamidade os atingiu, dois meses depois. A escola onde as meninas estudavam foi fechada pelo Ministério da Educação do Estado de Bauchi. Assim, para completar sua formação, as meninas foram transferidas para uma escola pública em Yana, uma região predominantemente muçulmana, a 250 quilômetros de Tafawa Balewa.
Em uma suposta tentativa de eliminar os cristãos de Tafawa Balewa, extremistas executaram mais de 50 ataques na cidade ao longo de vários anos. Muitos cristãos foram mortos, escolas foram fechadas e outras medidas supressivas foram tomadas contra os servos de Deus. O desligamento da escola onde Diana e Maryamu estudavam era parte da estratégia, forçando todas as meninas cristãs a se realocarem em outra escola, em Yana.
A história de Juliana sofreu mais uma reviravolta quando suas filhas foram estudar longe de casa, em junho de 2011, junto com outras 15 meninas. Certa ocasião, quando alguns pais foram visitar a instituição nova, as autoridades da escola declararam "não saber" do paradeiro das estudantes. Elas haviam desaparecido, e ninguém sabia onde estavam. Até hoje, ninguém sabe se estão vivas ou mortas.
Juliana lamenta: "Acho que o fim de minha vida chegou. Perdi meu marido, uma perna e agora tenho mais uma dor inimaginável: os orgulhos da minha vida, Diana e Maryamu, sumiram. Elas enchiam o meu coração de alegria, ajudando-me de tantas formas! Agora, não consigo nem imaginar o que aconteceu com elas. Extremistas podem ter matado minhas filhas! O que faço sem elas?".
O importante é confiar em Deus
Hoje, Juliana anda com o auxílio de muletas. Mesmo estando muito traumatizada, ela sempre carrega sua Bíblia, para ser fortalecida por meio da Palavra de Deus. Seu filho, Peter, tem encorajado a mãe a confiar no Senhor.
"O diabo quer que eu duvide de Deus, mas não vou fazer isso. Vou continuar firme em Deus, mesmo que eu não saiba exatamente o que está acontecendo em minha vida. Vou continuar confiando nele. Quero ouvir dele a resposta para a minha situação", afirmou Juliana durante uma visita recente de um colaborador da Portas Abertas.
Na época, Juliana estava sofrendo, precisando de assistência médica, mas sem recursos para pagar por uma consulta. Ela também estava muito traumatizada pelo desaparecimento de suas filhas e precisando de aconselhamento espiritual e emocional. Ela tenta manter-se esperançosa na busca por suas filhas, mesmo sabendo que o desaparecimento de moças cristãs é comum no norte da Nigéria.
"A visita à Juliana foi muito especial e encorajadora", disse o colaborador da Portas Abertas. "Ela confessou abertamente que ninguém se ofereceu para ouvi-la desde que toda essa situação teve início em sua vida". Depois de orar com ela e compartilhar uma mensagem da Bíblia, o representante da Portas Abertas foi capaz de plantar um sorriso no rosto de Juliana. Mas, enquanto se despediam, um contato local chegou com a notícia de que militantes muçulmanos haviam invadido uma área da cidade e atearam fogo a alguns prédios. "Sob tais circunstâncias, deixei Juliana e voltei à cidade por outro caminho", concluiu ele.
Pedidos de oração
Ore para que as filhas de Juliana e as outras 15 meninas que desapareceram sejam encontradas ilesas.
Peça a Deus para que todos os cristãos de Tafawa Balewa mantenham-se firmes em sua fé.
Interceda por Juliana, para que ela receba ajuda financeira e consiga pagar por uma assistência médica regular.
Clame ao Espírito Santo para que Ele ministre na vida de Juliana e ela obtenha aconselhamento emocional para lidar com os traumas que sofreu.
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