“Meu nome é Mahsa* e tenho 39 anos. Oito anos atrás eu ainda era um estudante, e fui para a faculdade de direito, pois meu sonho era tornar-me um excelente advogado. Eu provavelmente teria conseguido se não tivesse aceito a um convite de um amigo. Era uma reunião secreta de uma igreja doméstica. Lá, eu conheci Jesus. Pouco eu sabia naquela época que conhecer Jesus significaria o fim do meu sonho de me tornar um advogado.
Meus colegas membros da igreja me disseram para ter cuidado com ao compartilhar informações com os outros, mesmo com aqueles que se diziam irmãos da igreja. Mas eu não os escutei. Eu contei a todos o meu testemunho e não achava que poderia me machucar seriamente. Afinal, eu não estava fazendo nada de errado, não é?
Cerca de um ano depois, dois membros da minha igreja foram presos. Quando foram libertados, nos contaram que tinham sido obrigados a partilhar todos os nomes dos convertidos cristãos que conheciam. Eu sempre fui muito aberto sobre tudo, então meu nome foi citado também. Mesmo assim, não me preocupei.
Ambicioso como eu era, eu continuei estudando indo para a universidade com muita regularidade. Eu queria ser o melhor. Todo o trabalho duro valeu a pena: eu tenho meu diploma de bacharel em Direito e passei no teste que me capacita a trabalhar. Empolgado para finalmente começar a trabalhar na área que eu amava, eu me candidatei para um trabalho no governo. Eles me convidaram para uma entrevista.
Quando entrei na sala de entrevistas, vi que o entrevistador era um mulá, um líder religioso islâmico. Confiante de minhas habilidades como um profissional de direito eu respondi às suas perguntas. Mas o que ele disse em seguida me surpreendeu. Eu respondi bem às perguntas, mas não importava. "Seu nome está na ‘lista negra’ do governo", disse ele, "você nunca será capaz de trabalhar como profissional de direito em qualquer governo ou organização."
Saí da sala de entrevista espantado. Todos os meus sonhos tinham ido com o vento. Quando saí, comecei a chorar. O que devo fazer agora? Qual era o meu futuro? Eu tentei entrar em outras empresas e organizações, mas em todos os lugares eu tinha a mesma resposta: "Você não pode trabalhar aqui, porque você é conhecido como um cristão."
Mas eu não desistiria dos meus sonhos. Depois de dois anos tentando me colocar no mercado de trabalho, decidi tomar as rédeas da situação e iniciar minha própria empresa. Eu tive que fazer mais um ano de especialização, além do exame para abrir um escritório de advocacia privado, o que é muito difícil e quase ninguém consegue. Então eu estudei noite e dia naquele ano.
O exame foi extremamente difícil, mas eu estava entre os que passaram. Eu estava tão feliz, tão animado que depois de todos esses anos, eu poderia finalmente começar a fazer a coisa que eu amo. Mas eu me alegrara muito cedo. Quando fui ao governo para estabelecer oficialmente minha empresa, meu pedido foi rejeitado. Eles me disseram que não poderiam aceitá-lo porque eu era um cristão e as empresas de advocacia devem ser baseadas no islã e manter os seus princípios.
Hoje, ao contar essa história, eu não estou mais no meu país. Acredite, eu realmente amo o Irã, mas é impossível para mim trabalhar lá e seguir meus sonhos. Eu não sei o que o futuro tem reservado para mim. Espero que ainda possa ser um advogado em algum lugar, e continuar sendo cristão, pois não vou desistir de Jesus. Mas por agora eu só posso pensar em perseverar na minha fé”.
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