INTERNACIONAL – A cada semana do ano passado, ao menos 24 pessoas foram executadas oficialmente e outras 64 foram condenadas à morte, afirmou a Anistia Internacional em um relatório divulgado na terça-feira, acrescentando ser provável que as cifras reais sejam maiores.
Na China, que realiza a Olimpíada deste ano e onde o número de execuções é um segredo de Estado, o grupo de defesa dos direitos humanos afirmou ter chegado à conclusão de que ao menos 470 pessoas foram executadas — o equivalente a nove por semana – e que outras 1.860, ou 35 por semana, foram condenadas à morte.
Os números fazem do país asiático o local onde mais se aplica a pena de morte, disse a Anistia. “O uso secreto da pena de morte precisa ter um fim: o véu de segredo cercando a pena de morte precisa ser levantado”, afirmou a entidade em um comunicado.
Execuções estão concentradas em cinco países
“Muitos governos argumentam que as execuções ocorrem com apoio da opinião pública. As pessoas, portanto, têm o direito de saber o que está sendo realizado em nome delas.”
No total, ao menos 1.252 pessoas foram executadas em 24 países no ano passado, e 3.347 foram condenadas à morte em 51 países, disse a Anistia, acrescentando que cerca de 27.500 encontravam-se atualmente no corredor da morte em todo o mundo.
Depois da China, aparece em segundo lugar o Irã, com 317 execuções, seguido da Arábia Saudita, com 143, do Paquistão, com 135, e dos EUA, com 42. Esses cinco países respondem por 88% de todas as execuções das quais se tem notícia.
Fim da pena de morte
O grupo observou que, em dezembro de 2007, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em peso uma resolução pedindo o fim das penas de morte.
“O fato de um Estado tirar a vida de uma pessoa é um dos atos mais drásticos que um governo pode realizar. Conclamamos todos os governos a seguir o compromisso assumido na ONU e a abolir a pena de morte de uma vez por todas”, afirmou a Anistia.
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