O Hezbollah está usando aldeias cristãs para dar cobertura a suas operações militares contra Israel. Aldeias cristãs no sul do Líbano, como Ain Ebel, Rmeish, Alma Alshaab e outras, estão sendo usadas pelos terroristas do Hezbollah como base para lançamento de mísseis.
"O Hezbollah está repetindo o mesmo padrão que praticou contra Israel em 1996", declarou o ex-comandante do exército libanês, coronel Charbel Barkat. "O Hezbollah está escondido entre a população civil e atacando por detrás de escudos humanos."
Um cristão da vila de Ain Ebel, que não quis se identificar por temer retaliação do Hezbollah, descobriu que guerrilheiros estavam instalando uma base de lançamento de mísseis katyusha (de fabricação russa) no telhado de sua casa. Ignorando seu apelo para que parassem, eles dispararam os mísseis. O cristão imediatamente reuniu sua família e fugiu de casa, que foi bombardeada e destruída 15 minutos depois por um ataque aéreo israelense.
Além de terem suas casas confiscadas para servirem de bases de ataques do Hezbolhah, os cristãos têm sido impedidos de fugir de suas aldeias.
No sábado, 28 de julho, combatentes do Hezbollah dispararam contra alguns cristãos que fugiam de Rmeish com suas famílias, deixando duas pessoas feridas, segundo informações de um contato no sul do Líbano. O Hezbollah tem dominado o sul do país desde que Israel retirou suas tropas do Líbano há seis anos. As aldeias cristãs sofrem com a extrema negligência e falta de infra-estrutura sob o governo do Hezbollah.
Embora os cristãos paguem os impostos para terem direito aos serviços básicos do governo, como reparo em estradas e outros serviços públicos, esses benefícios raramente são fornecidos. Por outro lado, as aldeias xiitas que apóiam o Hezbollah não pagam impostos e têm acesso a infra-estrutura desenvolvida, casas novas e construções comerciais. A população cristã, que já foi maioria no Líbano, caiu para menos de 40% devido às pressões das milícias islâmicas apoiadas pelo Irã e pela Síria.
Informações deturpadas
"O Hezbollah é a questão", adverte o reverendo Keith Roderick, representante em Washington da Solidariedade Cristã Internacional (CSI, sigla em inglês) e secretário geral da Coalizão para Defesa dos Direitos Humanos. "Há um processo de deturpação da posição da maioria dos cristãos libaneses." Roderick viajou recentemente para o Líbano para se encontrar com líderes da Revolução dos Cedros e ativistas libaneses.
Sami El-Khoury, presidente da União Mundial Maronita, afirma que os relatos sobre o apoio dos cristãos ao Hezbollah são equivocados. "Ao contráro do que a imprensa ocidental noticia, indicando altas porcentagens de cristãos apoiando o Hezbollah, 90% dos cristãos, 80% dos sunitas e 40% dos xiitas do Líbano se opõem ao grupo", assegura o líder maronita.
A Solidariedade Cristã Internacional lamenta a destruição e violência infligida ao Líbano e admite que a comunidade internacional deve desempenhar seu papel na restauração do país. Ele também reconhece que se o Hezbollah não for desarmado, o futuro dos cristãos libaneses será incerto e todos os que apóiam a democracia estarão expostos. "O governo libanês deveria direcionar seu ódio contra o Hezbollah e não contra Israel", observou Tom Harb, secretário geral do Comitê Internacional para a Resolução 1559 do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR 1559).
A CSI pede que a ONU estabeleça uma comissão politicamente independente para investigar as violações do Hezbollah à Convenção de Genebra no que diz respeito à proteção de vítimas de conflitos armados internacionais (Protocolo 1). Esse protocolo proíbe o uso de civis como escudos militares.
A organização também também defende que o Conselho de Segurança da ONU se posicione, sem adiar mais o envio de uma força internacional no sul e no leste do Líbano a fim de facilitar um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Para a organização, a ONU precisa ajudar a impedir o fornecimento de armas da Síria ao Hezbollah, e auxiliar o governo libanês no cumprimento de sua obrigação de desarmar o Hezbollah, de acordo como UNSCR1559.
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