Farouk* cresceu no Oriente Médio sendo cristão desde sua infância. Atualmente, ele é pai de dois filhos em idade escolar e agora usa suas próprias experiências para ajudá-los e também para aconselhar outros pais cristãos. Em seu país, ele é um dos líderes locais mais envolvidos com a igreja no Oriente Médio e colabora com os projetos da Portas Abertas por lá. Segundo ele, o mundo árabe é uma cultura de honra e vergonha ao mesmo tempo. “Essa cultura faz as pessoas agirem como se tudo estivesse bem, especialmente na frente de outras pessoas que representam alguma autoridade, como pais, professores e líderes. Enquanto eles não descobrem seus erros, parece não haver nenhum problema. Se as coisas ruins não acontecem em público, você está bem e seguro”, explica Farouk.
“Os jovens cristãos são fortemente influenciados por esta ‘cultura de hipocrisia’, é assim que costumo descrevê-la. Eles podem mentir até mesmo a respeito da leitura da Bíblia, da vida de oração ou da frequência à escola dominical, uma vez que não se sentem obrigados moralmente em serem verdadeiros. Eu mesmo lutei contra isso na adolescência”, lembra. Mas, hoje, Farouk está no papel de pai e de líder, tentando lidar com essa questão da melhor maneira. “Uma das minhas regras básicas é ensinar-lhes que demonstrar bom comportamento não muda o seu coração. A mudança real tem que vir de dentro para fora. Mudar a aparência não resolve o problema”, disse.
O líder cristão explica que um dos princípios bíblicos mais importantes em seu trabalho é o “amor incondicional”. Segundo ele, os pais cristãos devem ter o mesmo amor por seus filhos como Cristo tem pela humanidade. Outro valor é “o lar deve ser um local seguro para a criança crescer”. Farouk explica: “Durante o dia, as crianças são intimidadas com valores antibíblicos, seja na rua ou na escola, mas assim que chegam em casa, os pais devem abraçá-las com ternura e proporcionar um clima totalmente diferente, de amor e aceitação. Isso fará com que se sintam seguras para um novo encontro com o mundo exterior”, diz e finaliza contando sobre as experiências que teve: “Eu costumava manter distância dos meus filhos, mas aprendi que as crianças, às vezes, só precisam de um abraço de seus pais para entender que tudo está bem e que são amadas. Culturalmente, isso era muito estranho para mim, mas graças a Deus eu superei isso e tenho uma vida feliz com meus filhos”, conclui.
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