Shin Dong-hyuk nasceu em uma prisão para presos políticos chamada informalmente como “Campo 14” e cuja existência é negada pelo governo da Coreia do Norte. Hoje, com 32 anos de idade, ele é a única pessoa de que se tem notícia que conseguiu escapar deste local. Lá, a maioria dos presos nasce e vive por toda a vida, mas jamais é libertada.
Dong-hyuk virou um ativista de direitos humanos e é fundador da organização não governamental (ONG) Liberty for North Korea. Sua história veio à tona nesta semana, depois da publicação de um vídeo produzido pelo governo norte-coreano e no qual ele é retratado como um criminoso.
O vídeo, que parece ter o objetivo de prejudicar o seu testemunho e descreditar a sua história de vida, também mostra seu pai, que Dong-hyuk pensava estar morto. “Crie juízo e volte para abraçar o partido”, diz o frágil senhor. Para o ativista, ele foi tomado como refém. “Creio que a mensagem é que se eu não me calar, eles irão matá-lo”, disse em entrevista à agência de notícias Reuters.
O ativista é uma testemunha chave da Organização das Nações Unidas (ONU) nas investigações da entidade sobre violações de direitos humanos na Coreia do Norte. Seu relato se tornou ainda um dos fundamentos do processo movido pela entidade no Tribunal Penal Internacional.
Leia a história dele aqui.
Estima-se que, atualmente, cerca de 200 mil pessoas encontram-se presas nos campos de prisioneiros políticos na Coreia do Norte. Desses, a Portas Abertas estima que cerca de 50 a 70 mil sejam cristãos.
Entidades que lutam pela liberdade no país calculam que mais de 300 mil prisioneiros conseguiram fugir do país nos últimos anos. Dong-hyuk é um deles, mas é o único que deixou o Campo 14.
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