No calendário chinês, 2009 é o “ano do boi”. Para eles, o boi é sinônimo de disciplina, autoridade e deveres. Cristãos de todo o mundo demonstram a preocupação de que o governo chinês poderá utilizar essa crença como justificativa para aumentar a repressão aos dissidentes do sistema.
De acordo com um grupo que trata sobre a liberdade religiosa, no ano de 2008, a perseguição às igrejas não registradas na China aumentou 418%.
O total de perseguidos em Pequim de quem se tem relato é de 539 pessoas, de janeiro a dezembro de 2008, 418% a mais do que em 2007. De modo geral, na China 2.027 pessoas foram perseguidas por causa de sua fé cristã.
“A perseguição mais severa em 2008 está relacionada com os Jogos Olímpicos”, afirma a reportagem. “Não é difícil compreender, pois quando o governo realiza grandes projetos sociais, implementa-se uma séria repressão para manter a aparência de estabilidade ao espalhar o medo entre a população.”
Perseguição, como definiu a reportagem, inclui ameaças, multas excessivas, propriedades confiscadas, interrogatórios, prisões e abusos.
A China é um país oficialmente católico, e seus cidadãos não podem cultuar, ao menos que seja em uma igreja registrada e supervisionada pelo governo.
Dezenas de milhares de cristãos – número estimado em mais de 100 milhões – se recusam a cultuar em igrejas controladas pelo governo. Esses cristãos “clandestinos” ou “não registrados” cultuam secretamente em suas casas, correndo o risco de serem presos, multados, ou aprisionados pelos oficiais do escritório de segurança pública.
Os membros de igrejas não registradas argumentam que o governo não deveria ser o líder da igreja, e restringir o lugar em que devem cultuar é infringir a liberdade religiosa.
Recentemente, as organizações reconhecidas pelo governo demonstraram o desejo de ajudar as igrejas não registradas da China, providenciando Bíblias para os membros.
Na China, somente as igrejas registradas podem vender Bíblias. A venda e distribuição das Escrituras é extremamente controlada, para que não sejam importadas ou vendidas em livrarias comuns. Como resultado, é difícil para as igrejas não registradas terem um exemplar da Bíblia.
No ano passado, organizações se reuniram com os líderes de igrejas para propor um trabalho conjunto para criar a Igreja protestante chinesa e auxiliar os pastores com os problemas teológicos que a igreja enfrenta.
Segundo o governo americano e a Portas Abertas Internacional, apesar de a China estar longe de ser um país respeitável no que diz respeito à liberdade religiosa, já fez grandes progressos. O país caiu duas posições na Classificação de países por perseguição de 2009 da Portas Abertas Internacional (veja aqui).
Uma reportagem feita pela China Aid mostra que a China ainda tem sérios problemas de liberdade religiosa, talvez muito bem mascarados pelo governo. Durante as Olimpíadas, o governo fez uso de métodos sutis para perseguir os cristãos, como prender somente líderes de igrejas não registradas importantes, e não grupos de cristãos como nos anos anteriores.
O número de pessoas condenadas também aumentou. Os números demonstram um total de 119%, de 16 para 35 pessoas. O número de maltratados subiu de 35 para 60 pessoas.
Afirma-se que essa é só a ponta do iceberg e, na verdade, a perseguição aumentou muito mais. As informações se referem a maior parte das províncias e envolvem diversos tipos de perseguição.
“É o suficiente para mostrar a situação geral e o grau de perseguição às igrejas não registradas.”
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