R$ 18,08
Peso: 0.330
Tamanho: 16 x 23
Edição: 2012
Volume: 1
isbn: 978-85-275-0495-9
Ano Lançamento: 2012
Este livro é composto por uma coletânea formada de artigos inéditos e de uma seleção dos artigos mais relevantes que a autora já escreveu em seu prestigiado blog. Nele Norma Braga submete temas como politicamente correto, “cubanização”, “totalitarismo da vítima”, homofobia, sexualidade, casamento, justiça social, infanticídio, ateísmo, racismo, pedofilia e arte moderna a uma crítica rigorosa a partir do referencial dos valores cristãos e do bom senso. Ao analisar as mais estranhas ideias defendidas por líderes evangélicos em tempos recentes, Norma trata com imparcialidade conceitos similares e atuantes dentro do arraial evangélico.Para os evangélicos esquerdistas que acham que a crítica contra aborto, feminismo, lobby gay, socialismo, marxismo e outros itens caros à agenda da esquerda é coisa de pastores e teólogos machistas, este livro vai cair como uma bomba no quintal deles.
Sumário
Apresentação............................................9
Uma palavrinha inicial ...............................13
Um sonho ...............................................19
Olhos abertos ..........................................19
Felix culpa...............................................29
Sincretismos e santidade ..........................30
Conhecer a Deus .....................................32
Parte 1 — Conversão
Pela fé somente........................................34
Humildade deslocada ................................36
Relativista emocional em remissão .............37
Parte 2 — Crônicas da fragmentação moderna
i A religião secular......................................43
Politicamente Correto e Sabedoria Popular..................45
Conservadorismo, por que não?.................................47
Não à “cubanização”!................................................50
Cristo com um chicote ..............................................53
Os Beatles e a Perestroika .......................................54
Gêmeos heterozigotos.............................................56
A ideologia é má leitora ..........................................60
Justiça cósmica ......................................................65
O pequeno Judas às avessas.....................................................67
A multidão manda pular ............................................................69
Totalitarismo da vítima...............................................................71
Homofobia? .............................................................................75
O Brasil não é o Irã ..................................................................79
Empurrados para o armário.........................................................81
Nem kit gay, nem kit crente .......................................................83
O caso do outdoor.....................................................................86
Aos leitores de Philip Yancey ......................................................89
O testemunho do mundo............................................................93
Virilidade ..................................................................................94
Mulheres que não têm tempo......................................................97
Sentidos do casamento ..............................................................98
Paulo, Calvino e a sexualidade humana .......................................99
Meu machismo residual...............................................................103
Uma estranha obsessão ..............................................................110
O caso Roe vs. Wade ..................................................................112
A história de Marcela.....................................................................113
“Abortem-se os pobres!”...............................................................114
Peter Singer e o infanticídio............................................................115
Pedofilia, infanticídio simbólico .......................................................118
Infanticídio indígena e justificações antropológicas ...........................121
Uma história de racismo............... 123
Fifty-fifty....................................... 123
A estudante de psicologia ............. 125
A fé faz bem à saúde ..................... 127
Transcendência desviada............... 128
O discurso acadêmico mis à nu..... 129
Pequeníssima história da arte
moderna................................... 133
A arte como antitranscendência.... 134
ii O secularismo religioso............137
A verdade não existe ..................... 139
Show de horrores.......................... 141
Ortodoxia e o Distinctio ............... 145
As divisões do gnosticismo ........... 149
Um evangelho gnóstico ................ 152
Os pequeninos de Jesus ................ 154
A lógica e a fé ............................... 156
Sou pastor, mas... ....................... 158
Aconselhamento para morte ......... 159
Camuflagens linguísticas .............. 162
O Pastor e o Filósofo .................... 156
Outro deus ................................... 167
Outra espiritualidade.................... 173
Transferência de poder.................. 178
Parte 3 — Antídoto
Os dois infinitos ........................... 185
Estar no mundo sem ser do
mundo ..................................... 185
My Way e Comme d’habitude......... 186
Garfos a postos............................. 187
Epitáfio ........................................ 189
Kaspar Hauser .............................. 190
Julgar e discernir........................... 191
Você tem que entrar para sair ....... 191
Perfeita liberdade.......................... 193
Reflexão óbvia sobre os
palavrões .................................. 194
Persona ......................................... 195
Eu, agente semissecreta da fé ........ 196
Inconsciência e um novo
discurso.................................... 197
Sola Scriptura................................ 200
Meios de graça.............................. 204
O reino da interioridade............... 206
Maternidade................................. 212
Dezenove semanas de amor .......... 215
O novo mandamento ................... 221
Epílogo: A mente de Cristo ............. 223
Uma palavra inicial
Quando eu era novinha, cursando a formação de professores da Aliança Francesa,uma das professoras de literatura abordou e distribuiu em sala alguns poemas de Baudelaire (de As flores do mal) para que preparássemos apresentações individuais. A mim coube La chevelure (“A cabeleira”), um poema bastante longo e que, na época, julguei um tanto cansativo e despropositado. Na tradução de Guilherme de Almeida,começa assim:Ó tosão que até a nuca encrespa-se em cachoeira!Ó cachos! Ó perfume que o ócio faz intenso!Êxtase! Para encher à noite a alcova inteiraDas lembranças que dormem nessa cabeleira,Quero agitá-la no ar como se agita um lenço!Em seguida, o poeta descreve todas as sensações e associações que a cabeleira lhe desperta. Na cabeleira vivem “uma Ásia voluptuosa e uma África escaldante”, acham-se os cheiros de “óleo de coco, almíscar e alcatrão”, podem-se cultivar “a pérola, a safira e o jade”. Um mundo de exotismo e sensualidade é despertado pelos cabelos da amada. Porém, achando que isso era pouco, e cega para o resto, quis ver mais no poema. E vi: falei em sala, para minha vergonha, da relação entre impérios e colônias, dominador europeu e dominado africano ou asiático, opressor e oprimido. Transformei a paixão do poeta pela dona da cabeleira em uma luta de poder que absolutamente não constava do texto.A professora, de queixo caído, apenas sussurrou um talvez involuntário “Quelle horreur!”, enquanto eu e uma amiga entusiasmada enxergávamos fantasmas progressistas desfilando sem parar pela exaltação baudelairiana da cabeleira. Que horror, de fato!Mais tarde, eu me “redimi”, apresentando o mesmo poema a um examinador da formação de professores (diploma de Nancy) e, anos depois, a alunos. No entanto, até hoje o episódio me parece emblemático do quanto minha inconfessada cosmovisão, ao ponto da quase completa inconsciência, solapou os sentidos diante de mim,gerando uma leitura espúria e uma total alienação do texto. A conclusão, anos depois, foi inevitável: eu era esquerdista e não sabia! Nunca sustentei o sistema socialista, e até zombava do radicalismo militante, mas um marxismo abstrato, diluído, empapava meus miolos sem meu consentimento ativo. Somente quando me converti é que isso se tornou claro para mim: nós nos apropriamos de dados da cultura, quer queiramos, 14 a mente de cristoquer não. Somos esponjas de nosso tempo — muito mais do que nossa consciência romântica (supostamente “autônoma”) nos faz crer. No meu caso, somente a conversão ao cristianismo me proporcionou o distanciamento necessário para a triagem do que devo ou não endossar.