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Escrita em 1764, a Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum é a concretização de vinte anos que Reid dedicou à pesquisa profunda e criteriosa do Tratado da natureza humana, de David Hume. Um dos objetivos principais de Reid era compreender as razões que fizeram com que Hume chegasse a conclusões tão céticas e pessimistas com relação aos limites do conhecimento humano.
Páginas: 224
Peso: 0.362
Tamanho: 16 x 23
Edição: 2013
Volume: 1
isbn: 978-85-275-0531-4
Ano Lançamento: 2013
A mais importante obra de Thomas Reid traduzida pela primeira vez para a língua portuguesa!
Escrita em 1764, a Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum é a concretização de vinte anos que Reid dedicou à pesquisa profunda e criteriosa do Tratado da natureza humana, de David Hume. Um dos objetivos principais de Reid era compreender as razões que fizeram com que Hume chegasse a conclusões tão céticas e pessimistas com relação aos limites do conhecimento humano.Longe de ser uma obra destinada apenas a filósofos e estudantes de filosofia, a Investigação é também uma das principais fontes das escolas de teologia reformada do século XIX, como a Old Princeton Theology, representada pelos gigantes Charles Hodge, A. A. Hodge e B. B. Warfield. Além disso, Reid tem influenciado diversos filósofos contemporâneos, cristãos e não cristãos, como Peirce, James, Dewey, Sidgwick, Moore, Russel, Wittgenstein, Wolterstorff, Alston, Plantinga, Greco, entre outros.
SUMÁRIO
Prefácio à edição em português...................................................................... 009
Dedicatória.................................................................................................... 015
CAPÍTULO 1 — INTRODUÇÃO ........................................................... 019
Seções
I. A importância do tema e o método para investigá-lo......................... 019
II. Os impedimentos para o nosso conhecimento da mente....................... 020
III. O estado atual desta parte da filosofia. De Descartes,
Malebranche e Locke. ...................................................................... 023
IV. Apologia desses filósofos.................................................................... 026
V. Do bispo Berkeley; do Tratado da natureza humana; e do ceticismo.. 027
VI. Do Tratado da natureza humana................................................... 029
VII. O sistema de todos esses autores é o mesmo, e leva ao ceticismo. ........... 030
VIII. Não devemos perder a esperança em um sistema melhor..................... 031
CAPÍTULO 2 — DO OLFATO................................................................ 033
I. A ordem do procedimento. Do meio e do órgão do olfato..................... 033
II. A sensação considerada de maneira abstrata...................................... 034
III. Sensação e lembrança, princípios naturais da crença. ......................... 035
IV. Em alguns casos, juízo e crença precedem a apreensão simples. ........... 037
V. Duas teorias da natureza da crença refutadas. Conclusões
do que foi dito. ................................................................................ 038
VI. Apologia de absurdos metafísicos. Sensação sem um senciente, uma
consequência da teoria das ideias. Consequências dessa
estranha opinião.............................................................................. 140
VII. A concepção e a crença de um ser ou mente senciente são sugeridas por
nossa constituição. A noção de relação nem sempre é obtida por
comparação de ideias relacionadas. ................................................... 1446
VIII. Há uma qualidade ou virtude nos corpos, que chamamos de odor. Como
isso está conectado com a sensação na imaginação. ............................. 046
IX. Que há um princípio na natureza humana, do qual se deriva essa noção,
bem como todas as outras virtudes ou causas...................................... 048
X. Se, na sensação, a mente é ativa ou passiva? ..................................... 051
CAPÍTULO 3 — DO PALADAR............................................................. 053
CAPÍTULO 4 — DA AUDIÇÃO.............................................................. 057
I. Variedade de sons. Seu lugar e distância aprendidos por
costume, sem raciocínio..................................................................... 057
II. Da linguagem natural..................................................................... 058
CAPÍTULO 5 — DO TATO...................................................................... 063
I. Do calor e do frio............................................................................. 063
II. Da dureza e da maciez................................................................... 064
III. Dos signos naturais. ........................................................................ 067
IV. Da dureza e outras qualidades primárias. ........................................ 070
V. Da extensão.................................................................................... 071
VI. Da extensão.................................................................................... 074
VII. Da existência de um mundo material............................................... 076
VIII. Dos sistemas dos filósofos acerca dos sentidos...................................... 081
CAPÍTULO 6 — DA VISÃO..................................................................... 085
I. A excelência e dignidade desta faculdade........................................... 085
II. A visão não descobre quase nada que um cego não possa
compreender.A razão disso. .............................................................. 086
III. Das aparências visíveis dos objetos................................................... 090
IV. Que a cor é uma qualidade dos corpos, não uma sensação da mente..... 093
V. Uma inferência do que precede. ....................................................... 095SUMÁRIO 7
VI. Que nenhuma de nossas sensações são semelhanças de qualquer uma das
qualidades dos corpos. ...................................................................... 098
VII. Da forma e da extensão visíveis....................................................... 102
VIII. Algumas questões sobre a forma visível respondidas.......................... 105
IX. Da geometria dos visíveis................................................................ 110
X. Do movimento paralelo dos olhos. .................................................... 118
XI. Do nosso ver objetos em pé por imagens invertidas............................ 121
XII. Continuação do mesmo tema............................................................ 125
XIII. Do ver um objeto único com dois olhos. ............................................. 137
XIV. Das leis da visão em animais........................................................... 142
XV. O estrabismo considerado hipoteticamente......................................... 144
XVI. Fatos relacionados ao estrabismo....................................................... 153
XVII. Do efeito do costume na visão de objetos únicos. ................................ 155
XVIII.Da explicação de dr. Porterfield para a visão única e dobrada. ........... 161
XIX. Da teoria de dr. Briggs, e da conjectura de Sir Isaac Newton
sobre este tema................................................................................. 163
XX. Da percepção, em geral..................................................................... 171
XXI. Do processo da natureza na percepção............................................... 177
XXII. Dos signos pelos quais aprendemos a perceber a distância com o olho... 181
XXIII.Dos signos usados em outras percepções adquiridas............................. 190
XXIV. Da analogia entre percepção e o crédito que damos ao
testemunho humano......................................................................... 192
CAPÍTULO 7 — CONCLUSÃO .............................................................. 205
Reflexões sobre opiniões de filósofos acerca deste tema.................................... 205
Introdução
“Quiçá os pastores se limitassem à sua antiga ocupação de cuidar de suas ovelhas e deixassem para os filósofos a tarefa de argumentar com temperança, moderação e boas maneiras”.Essas são as palavras finais de David Hume, após ler um resumo de Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum,entregue a ele por Hugh Blair, amigo em comum com Thomas Reid.É estarrecedor que um filósofo como Hume, tão sofisticado e erudito, pudesse ter um preconceito com relação a pastores que se dedicam ao estudo da filosofia. É algo que causa espanto porque a história da filosofia está repleta de pastores que também eram filósofos. Um dos mais ilustres e indubitáveis exemplos de um pastor que também foi filósofo é Aurélio Agostinho, sacerdote e bispo de Hipona por quase quarenta anos! Ora, se a história está repleta de testemunhos favoráveis à existência de pastores filósofos, então, qual seria a razão para explicar o preconceito de Hume? Talvez a razão não fosse propriamente a questão de Hume ter um preconceito pelo fato de Reid ser um pastor filósofo,mas, sim, porque os resultados de Investigação, fruto de vinte anos de pesquisa profunda e criteriosa, trouxeram à tona diversos problemas identificados no método e nos fundamentos epistemológicos encontrados no Tratado da natureza humana.A despeito das motivações de Hume, o que nos interessa com toda essa história é mostrar que Investigação, de Reid, não é uma obra filosófica que veio à existência ex nihilo. Ou seja, ela não surgiu do nada. Pelo contrário, surgiu do contexto de um debate profundo com o ceticismo de Hume. Segundo Derek R. Brookes, a razão de ser e o desenvolvimento dessa obra podem ser mais bem compreendidos se tivermos em mente três etapas da vida de Reid.A primeira está ligada à sua formação em Marischal College, em Aberdeen (1723-1731). Lá ele foi educado por professores da mais fina estirpe, como Thomas Blackwell, um renomado erudito escocês, e George Turnbull, um famoso teólogo e filósofo escocês. Este último foi bastante influenciado por Berkeley, que, por sua vez, exerceu uma considerável influência nos estudos de Reid.Foi também durante esse período que estudou a fundo as obras de Isaac Newton, em especial, os Principia.De acordo com Ryan Nichols, as pesquisas e o método de Newton em matemática, física e astronomia determinaram de forma considerável a metodologia da investigação de Reid.