As porções de alimento na Coréia do Norte foram reduzidas para 250 gramas diários por pessoa, a metade do que um ser humano precisa para sobreviver, informaram fontes do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP).
A combinação dos alimentos locais disponíveis, como milho, arroz e batata, foi reduzida dos 300 gramas diários que o governo distribuía até agora para 250, declarou à EFE Gerald Bourke, porta-voz do WFP para China e Coréia do Norte.
A fome atinge o país desde meados da década de 90 por causa dos desastres naturais e das dificuldades de importar alimentos em termos comerciais.
A Coréia do Norte tem 120.400 quilômetros quadrados, mas apenas 18% são cultiváveis. No entanto, a última colheita de 2004 foi a melhor nos últimos anos, e o país aumentou sua produção substancialmente nos últimos quatro anos, informou Bourke.
Ainda há uma substancial falta de alimentos. A diferença entre o que produzem e o que necessitam é de um milhão de toneladas, acrescentou.
As colheitas norte-coreanas somam, segundo o WFP, 4 milhões de toneladas por ano, enquanto o país precisa de 5 milhões, uma carência que continuará sendo um problema a longo prazo.
O fato de as porções terem sido reduzidas fazem prever um 2005 ruim, já que o momento de maior necessidade costuma ser entre maio e setembro, até o início das colheitas.
Parece que a fome poderá começar em fevereiro. O governo norte-coreano deverá aumentar o aproveitamento de cada colheita, e isso é difícil, disse.
Os camponeses, 35% da população, são os produtores de alimentos e têm direito a ficar com 6 gramas diários de sua produção, por isso não estão tão necessitados.
Desde 2002, quando foram liberados os preços, os moradores urbanos enfrentam dois problemas: o encarecimento dos produtos e o desemprego devido ao fechamento de fábricas.
A situação na Coréia do Norte foi equiparada pela ONU com as de Darfur (Sudão) e Cuba, já que 40% das crianças norte-coreanas sofrem problemas de desenvolvimento e 8% estão totalmente desnutridos, segundo dados de 2002 do WFP.
O programa alimenta diariamente cerca de 6,5 milhões de norte-coreanos, 25,7% da população, através de projetos nos quais alimentos são trocados por trabalho.
Desde 2002, a Coréia do Norte sofre a interrupção da ajuda energética por ter reconhecido aos EUA a existência de um programa nuclear.
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