O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Afeganistão, Tom Koenigs, exigiu hoje às autoridades afegãs que "respeitem o direito à liberdade religiosa" de Abdul Rahman, cidadão que se arrisca a ser condenado à pena de morte por se ter convertido ao Cristianismo. "Sigo com muita inquietação o caso de Abdul Rahman, julgado por não respeitar a lei islâmica (sharia)", disse Koenigs, sublinhando que este é o primeiro caso do gênero no Afeganistão.
Rahman foi preso há um mês depois de sua família, com quem disputava a custódia de dois filhos, o ter denunciado como um convertido. O homem, de 41 anos, tinha em sua posse uma Bíblia e foi acusado de rejeitar o Islã. Durante o julgamento admitiu ter-se convertido há 16 anos, enquanto trabalhava como auxiliar médico com um grupo cristão que ajudava refugiados afegãos no Paquistão.
O procurador, Abdul Wasi, afirmou ter oferecido retirar a acusação caso Rahman voltasse a converter-se ao Islã, mas ele recusou, sujeitando-se assim à pena de morte. O juiz do tribunal também descreveu a ação de Rahman como "um ataque contra o Islã". Tom Koenigs lembrou, em comunicado, que o Afeganistão tem o dever de respeitar a Declaração Universal dos Direitos Humanos e desejou que "os direitos legais e humanos de Abdul Rahman sejam respeitados e que este assunto não venha a criar uma fratura entre o Afeganistão e os seus parceiros internacionais".
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