Depois de um intenso processo diplomático e da pressão internacional por parte da mídia, os cinco líderes da igreja não registrada presos em Xinjiang foram finalmente soltos.
No dia 19 de abril, cerca de 30 líderes de igrejas domésticas foram presos na cidade de Aksu, perto da fronteira com o Cazaquistão, após se encontrarem com quatro cristãos norte-americanos.
Parte deles foi solta, mas seis continuavam presos, acusados de "envolvimento com atividades de culto ao demônio".
Fontes locais que conversaram com os familiares deles contaram que o governo local os obrigou a pagar 2.000 iuans (R$ 560) pela liberação de cada preso "porque eles estavam muito doentes".
A quantia foi paga e depois da liberação, os familiares notaram que pelo menos dois deles apresentavam marcas visíveis de tortura, com escoriações nas pernas e braços.
Após a libertação, todos ficaram muito contentes. "Não somos uma seita, somos seguidores de Cristo. Comparado ao que Cristo sofreu por nós, o que sofremos foi pouco", disse um dos pastores. Ele foi espancado diversas vezes durante o interrogatório.
Os pastores e suas famílias agradeceram o apoio da Associação de Ajuda à China (CAA, sigla em inglês) e o esforço de mobilização da comunidade internacional em favor de sua libertação.
Os quatro missionários americanos de Michigan que também foram interrogados, mas soltos após intervenção da Embaixada dos Estados Unidos, voltaram para seu país e nem tiveram tempo de pegar a bagagem na casa de uma família chinesa que os hospedou.
Os cinco líderes que foram soltos são: Xinglan Zhao, Xiurong Huang, pastor Tianlu Yang, pastor Chaoyi Wang e Cuiling Li.
"Os cristãos da igreja doméstica da China desejam de bom grado contribuir com seu amor e talento para ajudar na construção de uma verdadeira sociedade civil chinesa", disse o reverendo Bob Fu, presidente da CAA. "Esperamos que as leis da liberdade religiosa prevaleçam em Xinjiang", completou.
Perseguição
Nos últimos dois anos, muitos outros cristãos de igrejas domésticas também foram presos em Xinjiang. E diversos cristãos estrangeiros foram expulsos.
A região de Xinjiang é supostamente uma área "autônoma" da comunidade indígena Uygur, que é muçulmana e se ressente das leis de Beijing. Recentemente o exército chinês desmanchou um campo de treinamento terrorista de separatistas Uygur.
O governo tem proibido o evangelismo de muçulmanos em Urumqi e em outras cidades. Os poucos uygur convertidos do islã estão completamente isolados. Por isso, os cristãos do oeste da China têm que ser muito mais discretos, se comparado com outras partes da China.
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